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Persistência da Obra I / Persistance de l’oeuvre I

Boyan Manchev, Silvina Rodrigues Lopes, Jean-Luc Nancy, Federico Ferrari, Tomás Maia, Isabel Sabino

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Sinopse

Aqui mesmo, nove anos depois, persisto: a questão da persistência é a questão moderna da arte. Quer isto dizer que o nome «persistência» continua a prestar-se para abordar o que nos está a acontecer desde o advento da modernidade. 

Pois «moderno» é o pensamento do resto (da arte) que se separa da política e da religião – e que, ao separar-se, mostra a arte a si mesma, ou seja, mostra-nos a totalidade da arte. Se a arte existe desde a Pré-história ou, segundo uma outra história, desde os Gregos, o facto é que um tal resto que comunica com toda a arte só se revelou abertamente na era moderna. Daí a extraordinária e abundante experimentação sobre o limite da arte (ou da representação) que, pelo menos desde o primeiro Romantismo, atravessou todos os modos de expressão ou géneros artísticos. A persistência diz isso mesmo em todas as letras: o que atravessa (per-) a história é o resto, e o que insiste é o todo da arte – a integralidade das formas que voltam até nós a partir de um tal resto. Se isto for compreendido, não haverá necessidade de forjar qualquer pós-modernidade ou, inversamente, sustentar um regresso nostálgico aos tempos pré-modernos.

[…]

Por ocasião da presente edição deste primeiro volume de Persistência da Obra, dedicado à relação entre arte e política (volume que se publica pela primeira vez em bilingue, aquando da publicação do segundo volume), proponho um texto inédito – «Igualdade da arte» – que procura apresentar uma tese na sequência da «Introdução» anteriormente escrita (inflectindo, como se poderá notar, o teor desta). Foram igualmente introduzidas pequenas correcções em todo o volume, bem como, no frontispício, uma reprodução de uma obra de Claudio Parmiggiani: um ovo (em mármore branco) encravado entre duas rochas altas no meio de uma floresta. A graça de uma tal peça parece condensar a fragilidade de qualquer criação: das mais estritas condições materiais surge, brotando ou caindo, a promessa de um novo ser. Talvez a arte seja apenas isso – a declaração do nosso nascimento. Sempre suspenso sobre um abismo.

[Tomás Maia]

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Autor(es)

Boyan Manchev

Nasceu em Sofia, em 1970. Filósofo e escritor, é autor vários livros e de numerosas publicações em diversas línguas. Começou a ensinar na Universidade de Sofia em 1997. É professor de Filosofia na Nova Universidade búlgara (desde 2001) e professor convidado na Universidade de Artes em Berlim (desde 2010) e na Universidade Hollins (desde 2014). Foi vice-presidente do Collège international de philosophie de Paris, onde dirigiu o programa «Métamorphoses de la communauté. Vers une ontologie modale» (2004-2010), e professor no HZT – UdK Berlin (2011-2017). Proferiu numerosas conferências em diversas universidades europeias, americanas e asiáticas, e em instituições culturais. É membro dos conselhos de redacção das revistas Lignes (Paris), Crítica e humanismo (Sofia), Materiali Foucaultiani (Rome/Paris ) e Stasis (São Petersburgo). É membro fundador do grupo artístico e editorial «Metheor». Colaborou — como autor, teórico, dramaturgo, actor ou comissário de exposição — em projectos visuais, de teatro, de cinema e de dança contemporânea. A exigência de novas formas filosóficas, éticas e políticas tem orientado o seu trabalho ao longo dos anos.

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Silvina Rodrigues Lopes

Professora catedrática jubilada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É autora de, entre outros, os seguintes livros: Tão Simples como Isso, Aprendizagem do Incerto, E Se-Pára, A Legitimação em Literatura, Teoria da Des-Possessão (sobre textos de Maria Gabriela Llansol), Agustina Bessa-Luís - As Hipóteses do Romance, Carlos de Oliveira - o Testemunho Inadiável, Sobretudo as Vozes, A Inocência do Devir - Ensaio a partir da Obra de Herberto Helder), Exercícios de Aproximação, Literatura, Defesa do Atrito, A Anomalia Poética e A Estranheza-em-Comum. Foi co-directora da revista Intervalo.

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Jean-Luc Nancy

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Federico Ferrari

Nasceu em Milão em 15 de Setembro de 1969. Depois de uma longa passagem por França e Alemanha, voltou a Itália onde leccionou filosofia da arte e fenomenologia das artes contemporâneas na Academia de Belas Artes de Brera. Foi bolseiro do CNR de Génova e da Akademie Schloss Solitude de Estugarda. Foi membro do Collège International de Philosophie de Paris e foi convidado por várias instituições italianas e estrangeiras importantes. Em 2020 fundou, com Andrea Cortellessa e Riccardo Venturi, a revista Antinomie, dedicada à relação entre imagens e palavras. Entre suas obras destacamos: La comunità errante. Georges Bataille (Lanfranchi, Milão 1997), Nudità. Per una critica silenziosa (Lanfranchi, Milão 1999), Lo spazio critico. Per una decostruzione dell'istituzione museale (Sossella, Roma 2004), Costellazioni. Saggi sull’immagine, il tempo e la memoria (Lanfranchi, Milão 2006), Sub specie aeternitatis. Arte e etica (Diabasis, Reggio Emilia 2008), Il re è nudo. Aristocrazia e anarchia dell’arte (Sossella, Roma 2011), Arte essenziale (Silvana, Milão 2011), L’insieme vuoto. Per una pragmatica dell’immagine (Johan & Levi, Milão 2013), L’anarca (Mimesis, Milão 2014), Visioni. Scritti sull’arte (Lanfranchi, Milão 2016), Oscillazioni. Frammenti di un'autobiografia (SE, Milão 2016; Teerão 2019) e, com Jean-Luc Nancy, La pelle delle immagini (Bollati Boringhieri, Turim 2003; Berlim 2004; Paris 2006; Nova Iorque 2014), Iconografia dell’autore (Sossella, Roma 2006; Paris 2005, Tóquio 2008) e La fin des fins (Editions Cécile Defaut, Nantes 2015; 2.ª ed. ampliada, Kimé, Paris 2018).

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Tomás Maia

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Isabel Sabino

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