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O Olho Divino: Beckett e o cinema seguido de Filme, Samuel Beckett

Tomás Maia

Sujeito a confirmação por parte da editora



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Detalhes do Produto

  • Editora: Documenta
  • Ano: 2016
  • ISBN: 9789898834447
  • Capa: Brochada

Sinopse

E se a nossa história - toda a história humana - narrasse uma perseguição, perseguição imparável que exprime uma busca íntima?
E se a história humana fosse primeiramente determinada pela nossa condição de caçadores, os homens perseguindo-se a si mesmos através e à custa de outros homens? E - sobretudo - se perseguir Deus não fosse outra coisa senão a autoperseguição do eu que se quis e quer identificar de vez?
Então, talvez compreendêssemos que o problema não está no facto de perseguir, mas na perseguição de uma identidade plena ou definitiva causando a morte que nos devasta colectivamente - imemorialmente. Se começarmos por aceitar a «ausência de Deus» - e de todos os seus sucedâneos -, compreenderemos que não há um sujeito que se persegue, porque a «fuga» dos homens é, somente, a do tempo: é a abertura que precede qualquer «sujeito». O curso da história só mudará decisivamente quando interrompermos, em nós mesmos, a relação entre a presa indefesa e o predador ou o guerreiro invencível.
São estas as hipóteses de fundo deste livro. Todavia, as páginas seguintes acompanham uma única obra partindo deste princípio: o cinema é essencialmente uma busca, e nesta confunde se tanto a procura que visa deter o tempo (e é a autoperseguição) como aquela que seria a fuga do próprio tempo (e é a perseguição de um outro que nos precede e nos sucede infinitamente). […]

Beckett vai mostrar-nos assim não só a verdade da autoperseguição, como também a possibilidade de um cinema - e, mesmo, a possibilidade do cinema - que não cede à ilusão mortífera dos caçadores. Um cinema que simplesmente dá a ver aquilo mesmo que faz o cinema: esse olho que, desprovido de qualquer vontade subjectiva, de qualquer tempo próprio ou desejo mortífero, perseguirá não um Sujeito, mas aquilo que o precede: o nascimento do visível. E se esse olho exercerá sempre um poder fascinante sobre o espectador, um poder que retoma e renova o fascínio causado pelo olhar dos primeiros ídolos (isto é, das primeiras representações de mortos), então vou dar-lhe o nome de olho divino .

[Tomás Maia]

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Autor

Tomás Maia

Licenciatura em Artes Plásticas – Pintura pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (1991); DEA (Diplome d’Études Approfondies) no Centro de História e Teoria da Arte da École des Hautes Études en Sciences Sociales Paris (1993) (equivalência ao grau de mestre atribuído pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, em Julho de 2002); doutoramento em Filosofia de Arte na Université Marc Bloch – Strasbourg (2004). Em França, na qualidade de bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, do Centro Nacional de Cultura e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, foi aluno de Louis Marin, de Jean-Luc Nancy e de Philippe Lacoue-Labarthe. Publicou a obra Assombra. Ensaio Sobre a Origem da Imagem, livro com fotogramas de Marta Maranha e Diogo Saldanha (Lisboa, Assírio & Alvim, 2009). Desde 2004, retomou a sua actividade artística. O seu trabalho com André Maranha – Scena (para duas vozes) – foi apresentado em Lisboa (2008) e em Lucca (Itália, 2009). Em 2012 os dois autores publicaram em conjunto as obras Éden – O filme desta terra e Scena (para duas vozes).  

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