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Introdução À História das Ideias Políticas

Filipe de Arede Nunes

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Sinopse

PREFÁCIO À 2.ª EDIÇÃO

Esgotada a 1.ª edição de Introdução à História das Ideias Políticas, procede- se agora à publicação da 2.ª edição, na qual, para além de se corrigirem alguns lapsos, se desenvolvem, através do recurso aos mesmos instrumentos metodológicos, as entradas referentes a THOMAS PAINE, ROBERT OWEN, MIKHAIL BAKUNIN, GEORGE SOREL, ADOLF HITLER e MILTON FRIEDMAN.
O problema da política está muito presente no quotidiano das sociedades hodiernas. O espaço público encontra- se onusto de incessantes referências a temas que pertencem, de forma mais ou menos intensa, ao escopo da vida em comunidade. Embora nem todos a ela tenham acesso, em resultado do acelerado processo de digitalização da vida comunitária (que contrasta com uma propensão para a atomização social), a Ágora é, presentemente, um lugar muito mais amplo do que alguma vez foi.
Uma profusão de órgãos de comunicação social concorre, actualmente, com prolixas e imaginativas redes sociais. Tal facto tem contribuído, a nível global, para o aprofundamento da espetacularização da política e, inevitavelmente, por um lado, para a erosão do debate ideológico e, por outro, para o recrudescimento dos populismos. Paralela e paradoxalmente, a tendencial e cada vez mais veemente desmaterialização do espaço da disputa política tem conduzido (alicerçada em posicionamentos, interpretações e necessariamente confrontativas leituras binárias da realidade) a violentos processos de polarização.
Ao mesmo tempo, o antagonismo dicotómico direita/esquerda promove a perigosa ilusão de que realidades filosoficamente complexas podem ser facilmente compreendidas e contribui para o indelével aprofundamento do deslaçamento comunitário. Demais, ao simplificar a relação entre os indivíduos e o poder, não só obnubila a inevitabilidade e a premência da compreensão das diferentes camadas ideológicas que permitem densificar distintos sistemas de valores, como cauciona narrativas auto- justificativas e, por esse motivo, impossíveis de contraditar.
Por outro lado, a disputa política contemporânea tem sido intensamente contaminada e, numa parte significativa, dominada pelo identitarismo, pelos movimentos activistas, herdeiros do pós- modernismo francês e pelo recrescimento dos nacionalismos e da heterogeneidade de movimentos anti- globalistas. A fragmentação da comunidade em determinados grupos identificáveis a partir de características de natureza étnica ou religiosa, a cultura do ressentimento e a apologia de sociedades fechadas nega e rejeita qualquer possibilidade de existência de um ethos e, por conseguinte, não apenas obstrui os mecanismos de solidariedade recíproca, como contamina, através da introdução de apreciações ético-morais, qualquer espaço para a tolerância e o consenso.
A intensidade da querela e o interesse pelo fenómeno político, porém, não parece ter contornos transversais. Se é verdade, sobretudo numa bolha, que existe uma contínua e até animada discussão sobre os problemas (ainda que circunstanciais) da política, são alarmantes os níveis crescentes de afastamento da generalidade dos cidadãos, por exemplo, no que concerne à participação nos diversos actos eleitorais.
O conhecimento e estudo histórico das ideias políticas não constitui, per se, um remédio capaz de evitar o processo de cominuição e radicalização do espaço público. Todavia, auxilia, se rigoroso, na fundação de uma estrutura teórica suficiente para compreender a multiplicidade de narrativas e discursos, e sobretudo, confere instrumentos necessários para observar para além do véu de Maya.

Filipe de Arede Nunes

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Autor

Filipe de Arede Nunes

Professor auxiliar da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa desde 2015, onde leciona desde 2008, principalmente nas áreas da História das Ideias Políticas, História das Relações Internacionais, História do Estado e Direito Romano. Doutor em Direito na especialidade de ciências Histórico-Jurídicas (2015), com a dissertação intitulada “A construção jurídico-política do estado social em Portugal durante o Estado Novo (1933-1974): contributo para o estudo da história do pensamento político em Portugal” e Mestre em Direito, na especialidade de ciências Histórico-Jurídicas (2010), com a tese intitulada “Fundamentos político-ideológicos do regime jurídico do casamento consagrado na versão original do Código Civil de 1966. Atualmente, é investigador do IURIS – Centro de Investigação Interdisciplinar.

Publicou diversos artigos, comunicações e livros na área da História das Ideias Políticas e da História Constitucional, com destaque para: Estado Novo: casamento e Código Civil. Contributo para o estudo da História do Pensamento Político Português, AAFDL, 2011; Textos de apoio de história do pensamento político [com Ana Caldeira Fouto], AAFDL, 2013; e A construção jurídico-política do estado social em Portugal durante o Estado Novo (1933-1974): contributo para o estudo da história do pensamento político em Portugal, AAFDL, 2018.

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