A História das Ideias Políticas é uma obra de referência indispensável para a compreensão das pessoas do Estado e do Direito. Mais do que simples repositório de doutrinas, esta obra mostra, com uma clareza inultrapassável, a forma como as ideias sobre o Estado e o poder se relacionam com as circunstâncias históricas e culturais.
O historiador das ideias não se interessará unicamente pela doutrina de Bertrand, de Jouvenel ou pela de Rueff. Afigurar‑se‑lhe‑á necessário estudar a ação política de M. Pinay, espécie de «retrato robot» que Jules Romains apresenta no seu Examen de conscience des Français, o conteúdo e a natureza do público de L’Aurore, onde foi publicado esse «Exame de consciência», o universo político que se exprime em La volonté du commerce et de l’industrie e nas publicações da Confédération générale des petites et moyennes entreprises, etc. Uma ideia política tem uma certa espessura, um certo peso social. Podemos compará‑la a uma pirâmide com vários andares: o andar da doutrina, aquele que os marxistas chamam a praxis, o da vulgarização, o dos símbolos e das representações coletivas. A história das doutrinas faz parte da história das ideias, mas não constitui toda a história das ideias, nem sequer é, talvez, a sua parte essencial.