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Sinopse

«Escrita tinha voltado, a torrente, a fina torrente com braços cantantes, a correria do sangue nas veias entre os corpos, o diálogo sem palavras de sangue a sangue, sem nenhum sentido das distâncias, a correria mágica cheia de palavras mudas que corre de uma comuna a outra, de uma vida a outra, a estranha lenda inaudível a não ser pelo coração de um ou de outro, a narrativa tecendo-se lá em cima, quem o decifrará, ao tecido palpitante da clandestinidade. A escrita, este laço este crescimento, esta orientação tinha voltado. O espaço está de novo cheio de vozes, o corpo inteiro é coração.»
H. Cixous

«Quanto ao testemunho (testis, terstis), este terceiro que, deslizando sempre entre ti e ti,  entre si e si, deve insinuar a diferença sexual no duelo incestuoso, porque é que não se veria nele da essência da literatura mais secreta? Ou pelo menos a discrição imperceptível do seu lugar, da sua possibilidade intersticial? É assim que se lê e é assim que se escreve: segredo do segredo surpreendido a priori. Saber e não-saber. Sabe-se (o) que não se sabe e não se sabe (o) que se sabe [...] A diferença sexual, perguntar-nos-emos sempre… Mas é isso, à diferença sexual [...]»
J. Derrida

Tradução de Fernanda Bernardo

 

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Autor(es)

Hélène Cixous

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Jacques Derrida

Jacques Derrida (1930-2004) é o filósofo da Desconstrução – talvez o mais radical, justo, afirmativo, re-inventivo e difícil dos idiomas filosóficos: justíssimas nos parecem por isso as palavras que Dominique de Villepin endereçou ao filósofo, a 25 de Maio de 2003, na Universidade hebraica de Jerusalém aquando da sua recepção de um Doutoramento honoris causa: «Jacques Derrida, o senhor volta a dar densidade às palavras mais fortes e mais simples da Humanidade […] O senhor está na primeira fila daqueles que abriram a via de um pensamento novo. […] A “Desconstrução” é a démarche atenta, escrupulosa, de um pensamento que se forma à prova do seu objecto. Démarche eminentemente criativa e libertadora. Desfazer, sem nunca destruir, para ir mais longe. […] O senhor situa-se na linha dos intelectuais da honra, ciosos de universal, no caminho aberto por Voltaire, Bernanos, Zola ou Sartre.»

Para além da sua docência, primeiro na Sorbonne, de 1960 a 1964, depois na École Normale Supérieure de Paris, de 1964 a 1984, e na École des Hautes Études en Sciences Sociales, de Paris, de 1984 a 2003, Derrida também desenvolveu uma intensa actividade docente um pouco por todo o mundo, tendo sido Professor convidado de várias universidades [nomeadamente, Berlim, San Sebastian, John Hopkins, Yale, Cornell, New York University, New School for Social Research, UC Irvine, Cardozo Scholl of Law, …] e tendo também herdado a cátedra de Hans-Georg Gadamer na Universidade de Heidelberg. Doutor Honoris Causa por mais de duas dezenas de universidades, incluindo pela Universidade de Coimbra, em 2003, Derrida acordara também encerrar anualmente o Seminário de Mestrado na área da Desconstrução na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

Da sua obra imensa, que atravessa, repensando e reinventando, todas as áreas dos saberes e das artes, lembramos aqui alguns dos títulos traduzidos entre nós: Margens da filosofia (1972); "O Outro Cabo" (1998); "O monolinguismo do outro ou a prótese de origem" (2001); "Da Hospitalidade" (2003); "Políticas da amizade" (2003); "Força de lei : o 'fundamento místico da autoridade'” (2003); "Morada : Maurice Blanchot" (2004); "O Soberano Bem / Le Souverain Bien" (2004); "Aprender finalmente a viver" (2005); "Carneiros.

O diálogo ininterrupto: entre dois infinitos, o poema" (2008); "Vadios" (2009); "Memórias de cego : o auto-retrato e outras ruínas" (2010); "Dar a Morte" (2013); "Idiomas da Diferença Sexual" (2018).

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