Aspectos Jurídicos da Empreitada de Obras Públicas
José Carlos Vieira de Andrade, Fausto de Quadros, Diogo Freitas do Amaral
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- Editora: Almedina
- Coleção: Manuais Universitários
- Categorias:
- Ano: 2002
- ISBN: 9789724016719
- Número de páginas: 341
- Capa: Brochada
Sinopse
Os autores desta publicação foram os juízes árbitros num longo e complexo processo arbitral entre o Estado e um consórcio de empresas particulares, relativo a diversos aspectos da empreitada de obras públicas que teve por objecto, nos anos 90, a obra hidráulica Beliche-Eta de Tavira, no Algarve.
Não foi fácil a tarefa dos julgadores, todos juristas, pois foram chamados a compreender e decidir matéria de facto que envolveu, não apenas questões de senso comum, mas também e sobretudo questões de natureza técnica, desde difíceis problemas de contabilidade empresarial até aos mais intrincados problemas de engenharia civil.
E não foi só no domínio da matéria de facto que o julgamento se revelou particularmente delicado. No âmbito da matéria de direito, foram suscitadas e tiveram de ser resolvidas múltiplas questões novas, para as quais escasseavam, ou não existiam de todo, indicações legais e referências doutrinais ou jurisprudenciais.
E certo que, por expressa vontade das partes e imposição legal, o julgamento era feito segundo a equidade. Mas é um erro pensar que isso facilita grandemente a tarefa do julgador, se este como foi o caso afasta deliberadamente o método simplista do "juízo salomónico". Pelo contrário, o tribuna! arbitrai analisou todas as questões nos seus próprios méritos, decidiu cada uma delas segundo a sua consciência, à luz de uma exigente concepção de "equidade" que tomou explícita logo no início do acórdão ora divulgado, e só no final fez as contas e ficou a saber quem conseguiu mais e quem obteve menos do que à partida podia eventualmente esperar.
Publica-se agora o texto integral do acórdão arbitral porque se afigura, sem falsa modéstia, que poderá dar um contributo útil à doutrina e à jurisprudência em matéria de execução do contrato de empreitada de obras públicas.
O primeiro co-autor, que foi o presidente do tribunal, deseja agradecer e louvar o trabalho altamente meritório dos outros dois juízes árbitros que, aliás, honra lhes seja, nunca actuaram como "árbitros de parte", antes se colocaram sempre na posição imparcial e super partes de verdadeiros juizes, como é próprio da função jurisdicional.
Que todas as decisões do Tribunal incluindo a resposta a mais de 800 quesitos e o acórdão final tenham sido tomadas por unanimidade revela bem, por outro lado, o bom espírito de harmonia e cooperação que prevaleceu, do princípio ao fim, no seio do tribunal.
Enfim, uma palavra de elogio é devida, sem favor, ao sr. dr. Lino Torgal, assessor jurídico do tribunal, pela excelente contribuição que deu em todas as fases do processo, o que muito auxiliou os juizes árbitros a desempenhar a difícil tarefa que tinham sobre os seus ombros.
Lisboa, Janeiro de 2002.
Diogo Freitas do Amaral
Fausto de Quadros
José Carlos Vieira de Andrade
§ 1.° Relatório
I. Identificação das partes
II. Identificação dos árbitros
III. Convenção de arbitragem
IV. Assessor jurídico e Secretário do Tribunal
V. Local da arbitragem
VI. Normas aplicáveis
VII. Objecto do litígio
VIII. Breve relato da tramitação do processo
IX. Razão de ordem
§ 2.° Dos factos provados
X. Método adoptado; remissão
§ 3.° Da decisão da causa e sua fundamentação
XI. Decisão da questão prévia suscitada pêlos Réus na sua contes tação
XII. Considerações sobre o julgamento de equidade
XIII. Traços específicos do objecto da empreitada n.° 171/DsA
XIV. Da execução do contrato de empreitada n.° 171/DsA
XV. Decisão sobre as pretensões indemnizatórias das Autoras
§ 4.° Conclusão Ler mais