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Sinopse

Esta é uma peça contra as virtudes badaladas do progresso sem fim em que andamos metidos narrativamente, pelo menos desde o início do consumo em massa, da sociedade do espectáculo e do consumo de massas. Opta por estar na contracorrente. Sobe o rio a caminho da nascente. É o incómodo total, nenhuma corrente a favor.
Para isso, é uma experiência radical na forma, mesmo sem um corte absoluto com a tradição, antes a cavalo nela. Um texto que aposta num devir cénico sem receita e que revisita formas monologadas reconhecíveis — a primeira cena — e outras, a terceira e a entrevista de emprego, logo a seguir, que são “teatros” que não fogem à convenção, antes as usando. Mas os discursos ganham outras formas e a presença do autor está por toda a parte. A ideia de uma “personagem” autónoma reivindicando uma existência própria não existe — algumas naufragam e de repente são visitadas pelo autor tão aflito quanto elas. Os discursos remetem, mais directa ou menos directamente, para um sujeito de enunciação autoral que, e essa talvez seja a novidade, se apresenta também num estado caótico, expondo a sua fragilidade e nenhumas certezas. Não há teses neste teatro, há indagações em devir, reflect/acção, um caminhar possível para a introspecção que se faz análise, um bruto dos dados a associar para ensaiar como as palavras se ordenam enquanto compreensão através do jogo e da fala, actos físicos íntegros, complementares e integrados. O autor também se despe, nada vela, nem as memórias familiares íntimas. Quando Lisa fala dos pais, vemos Richter a falar dos seus, dessa incomunicabilidade que nunca permitiu o encontro e que quando se tornou evidente já era tardia

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Autor

Falk Richter

Hamburgo ( 1969 – )

Falk Richter estudou linguística, filosofia e encenação. É autor de peças traduzidas para mais de 25 idiomas e produzidas um pouco por todo o mundo. Além de escrever e encenar os próprios textos, tem trabalhado autores contemporâneos e clássicos tais como Shakespeare, Tchékhov, Schiller, Brecht. Foi encenador residente no Schauspielhaus Zürich (2000 – 2004), no Berliner Schaubühne (2006 – 2010) e no Düsseldorfer Schauspielhaus (2011 – 2012). É, desde 2015, artista associado no Teatro Nacional de Estrasburgo e, desde 2017, encenador residente no Deutschen Schauspielhaus de Hamburgo. Com os coreógrafos Anouk van Dijk e Nir de Volff, vem criando produções que transpõem fronteiras entre diversas disciplinas: teatro, dança, música. Às duas horas da manhã (Zwei Uhr nachts) estreou a 1 de Fevereiro de 2015 em Frankfurt. Ente outros prémios, Richter recebeu em 2019 um Teddy Award Especial no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

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