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Sinopse

Endgame é o nome inglês para a peça escrita antes em francês, por isso Jogo do fim. O que tem dois sentidos: o de fim da natureza e o fim no teatro, repetição, regresso do mesmo a cada espectáculo, todos os dias começo e fim, jogo. A cena é um refúgio, o nome que sobra na situação pós-apocalíptica instalada, para se dizer home e que em Beckett significa dispositivo cénico, armadilha a que os corpos estão confinados. O fim, entretanto, está no princípio, na história sem história que se desenrola, tudo aconteceu antes e é sinalizado pelos corpos amputados, em perda, condenados a uma imobilidade a que apenas escapa Clov, o “servo” que anda por todos mantendo a mecânica da rotina do que repetem à espera do fim que parece não vir. A catástrofe anterior determina obviamente o que deixou de ser acontecimento, factos, possibilidade de vida nova na vida hoje. Habitam um tempo zero, a observar dos dois janelos, direita e esquerda de cena, a natureza extinta, o deserto que progride e a confirmação disso mesmo — o fim é o horizonte de expectativa e o facto de não surgir converte o jogo num prolongamento absurdo de inacção, pura inércia, propício a um cinismo sarcástico como ar que se respira.

(Fernando Mora Ramos, encenador)


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Autor

Samuel Beckett

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