Pedral é uma proposta dramática que dissolve as fronteiras entre o texto dramático e a prosa, a poesia e a performance, assumindo um formato livre para ser interpretado no corpo de uma ou várias mulheres.

Num tom confessional, íntimo, e amplamente poético – o texto coloca-nos dentro de uma Grande Pedreira, onde Mulheres e Pedras se fundem e confundem, e suscita o desenrolar de uma série de memórias, histórias, testemunhos e vozes de mulheres, que brotam como se organicamente das pedras, da relação entre elas e o seu corpo, entre o corpo e os seus efeitos, num jogo constante de camadas cénicas que interpelam o espectador a viajar entre o espaço do concreto e do imaginário.

A partir da transformação metafórica de Mulheres em Pedras, as palavras ganham contornos de uma intimidade muito particular, que desnuda de uma forma acutilante a crítica do lugar do feminino na cultura, a sua posição no espaço individual e coletivo, numa evocação entre recordação e sonho, realidade e devaneio onírico, entre palavras que são ditas, e silêncios que se instalam.