“Rui Teixeira Motta chega, com este livro, num curto espaço de tempo (dois anos e meio, não mais), ao seu quarto livro, posto que um outro, contemporâneo deste, esteja em vias de vir a ser publicado. Urgência por mostrar a sua poesia, isso bastaria para nos lançar nos poemas de um autor que, com Refracção, nos deu um dos melhores livros dos últimos dois anos. Mas não se trata de urgência de poesia, ou de vida. Trata-se de, mostrando-a, conceder à vida da poesia o lugar que a poesia não pode ter, por razões profissionais, na vida daquele que a escreve nos últimos trinta anos. Já o disse num outro lugar, recenseando a poesia de Rui Teixeira Motta: alguém que regressa à poesia depois dum intervalo de mais de duas décadas é porque, em boa verdade, jamais abandonou essa “arte torpe dos versos”, como um dia escreveu Gastão Cruz.” – António Carlos Cortez