Um romancista que escreve ensaios, e em particular se esses ensaios falam da arte do romance, é como um náufrago que envia coordenadas: quer dizer aos outros como podem encontrá-lo. E, claro, quer também encontrar‑se a si mesmo; por outras palavras, quer saber como deve ler os romances que escreve. O ensaio é uma pesquisa, uma tentativa, uma averiguação, e o romancista escreve para descobrir e traçar os limites do seu conhecimento e a forma das suas certezas. Nesse sentido, poderia dizer-se, é um género confessional. [...] São as coordenadas vitais de um leitor; e só um leitor entende que um livro é, às vezes, a única testemunha dos nossos tempos perdidos, e a releitura é a única forma de voltar a visitá-los. Entre outras coisas, estes ensaios querem ser um convite a essa viagem impossível. (da contracapa).
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Juan Gabriel Vásquez
Juan Gabriel Vásquez (Bogotá, 1973) é um dos mais venerados e premiados escritores de língua espanhola da atualidade. Estudou Literatura na Sorbonne, em Paris. Publicou seis romances, dois volumes de contos, três volumes de ensaios literários e uma breve biografia de Joseph Conrad, El hombre de ninguna parte. Os seus livros estão publicados em trinta idiomas, com extraordinário êxito da crítica e do público.
Na Alfaguara, saíram os romances Os informadores, O barulho das coisas ao cair (Prémio Alfaguara, English Pen Award, International Impac Dublin Literary Award, Premio Gregor von Rezzori-Città di Firenze), As reputações (Premio Real Academia Española, Premio Arzobispo Juan de San Clemente, Prémio da Casa da América Latina de Lisboa), A forma das ruínas (Prémio Literário Casino da Póvoa/Correntes d’Escritas) e Olhar para trás (Prix du Meilleur Livre Étranger para melhor romance, Premio Bienal de Novela Mario Vargas Llosa), bem como o volume de contos Canções para o incêndio (Prémio Biblioteca de Narrativa Colombiana) e ainda A tradução do mundo, conjunto de ensaios literários que resultam das prestigiadas Conferências Weidenfeld, da Universidade de Oxford. Vásquez traduziu obras de Joseph Conrad, John dos Passos, Victor Hugo e E. M. Forster, entre outros. É colunista do El País e venceu por duas vezes o Premio Nacional de Periodismo Simón Bolívar, pelo seu trabalho jornalístico. Em 2012, foi-lhe atribuído em Paris o Prémio Roger Caillois, pelo conjunto da sua obra, distinção anteriormente atribuída a escritores como Mario Vargas Llosa, Chico Buarque, Milton Hatoum ou Roberto Bolaño. Em 2016, foi nomeado Cavaleiro da Ordem das Artes e Letras da República Francesa. Em 2018, recebeu em Espanha a Ordem de Isabel, a Católica, e, em 2022, foi escolhido pela Royal Society of Literature, do Reino Unido, para integrar o programa RSL International Writers.
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