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Sinopse

«Este livro, todo tecido de reflexões pessoais, tem radículas nos autores gregos bem assimilados — em Platão, em Homero, nos trágicos —, todos sobriamente citados, nunca para mostrar erudição, sempre para sublinhar a meditação pessoal de um homem dobrado ao íntimo. Era, sim, da estirpe de Epicteto e de Pascal este homem que de tão alto viu o "desconcerto do mundo" e abriu, sem mais candeia que a luz da consciência acesa em pavio estóico, um tão nobre caminho nas sombras da vida. Nunca tão raramente se equivaleram palácio e choupana aos olhos de um meditador. A misantropia crepuscular escorre do pensamento da morte, da brevidade da vida, da fugacidade de prazeres e honrarias. (...) Mas que um imperador cumulado de riquezas e com mão desimpedida para a sacudir arbitrariamente por entre injustiças e vinganças se recolha à cela íntima e aí entorne, num canhenho de reflexões a essência da própria alma — deve mover-nos a espanto e pena.»

Do Prefácio de João Maia

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Autor

Marco Aurélio

Marco Aurélio (Roma, 121 – Vindóbona 180) foi imperador romano e filósofo estoico. Descendente de uma família de aristocratas, ficou órfão muito cedo. Adotado pelo tio e futuro imperador Antonino Pio, mais tarde foi nomeado seu sucessor. Aos 11 anos, conheceu o Estoicismo e optou por um estilo de vida austero. Estudou com Frontão retórica grega e latina, mas decidiu abandonar esta disciplina para se dedicar à Filosofia.
Quando as suas obrigações de governação lho permitiam, entregava-se à reflexão filosófica e escrevia os seus pensamentos, tentando alcançar a sabedoria, viver de acordo com a Razão e encontrar a paz interior.


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