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Sinopse

Carvalho Monteiro recebe na sua propriedade de Sintra, a Quinta da Regaleira, um conjunto de convidados cujas ideias políticas reflectem a atmosfera cultural e intelectual dos últimos 30 anos do século XIX em Portugal, dividida entre os ideários da Monarquia e da República e entre a constatação de 300 anos de decadência nacional (crítica levantada pela Geração de 70) e o desejo de modernização comercial e industrial do país (as consequências do Fontismo).

Tendo como centro do espectáculo a emergência do Ultimatum de 1890 e o convite a Carvalho Monteiro para presidente de uma suposta "Liga Patriótica do Sul", as diversas personagens vão encarnando, ao longo da peça, a multiplicidade de perspectivas históricas e culturais então existentes em Portugal: por via de Antero de Quental, desenha-se a contradição entre a paixão do Modernismo e o apelo da Tradição; Guerra Junqueiro simboliza o republicanismo; Pe. Maurício representa o tradicionalismo ultramontano; Eça de Queirós espelha a ideologia do cepticismo finissecular d`"Os Vencidos da Vida"; D.ª Perpétua, esposa de Carvalho Monteiro, surge como a mulher burguesa tradicional, vivendo entre o culto religioso e as aparências sociais; Margot, cantora de ópera do S. Carlos, faz o contraponto com os costumes femininos vindos do estrangeiro; Ramalho Ortigão, em duelo com A. de Quental, defende os ideais de uma Monarquia forte como salvação social de Portugal; Mariana, a governanta da Quinta, típica mulher urbana de classe média gerada pelo "Fontismo", vive hesitante entre os dogmas da coroa e do altar e os apelos da carne, confundindo o Pe. Maurício com o Pe. Amaro do romance homónimo de Eça de Queirós; José Fontana e os dois revolucionários espanhóis simbolizam a emergência do movimento socialista em Portugal; as duas criadas manifestam, nos seus comportamentos, tanto a obediência e o servilismo como o desejo de ascensão social do povo português.

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Autor(es)

Miguel Real

Miguel Real é escritor e ensaísta. Dos vários livros que publicou, destacam‑se os romances A voz da terra, pelo qual recebeu o Prémio Literário Fernando Namora, O feitiço da Índia, que mereceu o Prémio SPA Autores, e os ensaios Nova teoria do mal, Nova teoria da felicidade, Portugal — um país parado no meio do caminho, Nova teoria do Sebastianismo e Nova teoria do pecado. Sobre a vida e obra de José Saramago, escreveu, entre outros, Narração, maravilhoso, trágico e sagrado em Memorial do convento e Pessoa & Saramago. Participou em José Saramago. Nascido para isto, organizado por Carlos Reis, e em José Saramago: A escrita infinita, organizado por Carlos Nogueira. Em setembro de 2022 publicou, na Companhia das Letras, As 7 vidas de José Saramago, aclamada biografia do Prémio Nobel português.

O Ultimo Minuto na Vida de Saramago é o seu primeiro romance nesta chancela.

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Filomena Oliveira

FILOMENA OLIVEIRA é dramaturga e encenadora. Diretora artística da ÉTER desde 2008, encenou em Portugal vários espetáculos de teatro, entre os quais se destacam Memorial do Convento e O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago, Memórias de Branca Dias, de Miguel Real, Liberdade, Liberdade!, e Os Maias, de Eça de Queirós. É, com Miguel Real, coautora de Uma Família Portuguesa, Grande Prémio de Teatro SPA/Teatro Aberto de 2008.

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