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Detalhes do Produto

Sinopse

Para quem nasceu já com a presença da televisão, é difícil imaginar um serão familiar com todos reunidos à volta da “telefonia”. O relógio da casa de jantar, o relógio que o avô trazia no bolso do colete, eram acertados pelo sinal horário da Emissora Nacional. Ouvir o noticiário lido por João da Câmara trazia à família um sentimento de segurança, de paz, a falsa ilusão de que se vivia no melhor dos mundos. Os programas eram ouvidos, saboreados em silêncio como um digestivo. A informação serena, a atenção, a entrega aos pacíficos prazeres que a estação oficial oferecia, lembravam os serões que Eça de Queirós descreveu n’O Primo Basílio. Às primeiras palavras, o ouvinte reconhecia o locutor, o actor. E, porque em muitos casos se ignorava o aspecto físico de quem falava, esgotavam-se as revistas que trouxessem uma fotografia do dono ou da dona da voz. Quantas vezes, um intérprete do Teatro Invisível, num café ou num táxi, ao falar, ouvia a invariável pergunta: “Não é X?”


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Autor

Eduardo Street

Eduardo Street (1934-2006), o fascínio pela rádio nasce com os programas infantis da Emissora Nacional. Como muitos da sua geração, começa na Rádio Universidade, onde escreve, faz locução e realiza programas de índole cultural. Mais tarde, sonoriza jornais de actualidades, documentários cinematográficos (Cunha Telles, Fernando Garcia, Francisco de Castro) e peças de teatro (Teatro Villaret, Estufa Fria, Avenida e Trindade). Em 1958 entre na Emissora, especializando-se na realização de folhetins, teatros e programas dramatizados. Numa grande agência de publicidade, e após um estágio em Espanha, dirige campanhas promocionais, substituindo locutores por actores. O teatro radiofónico começa, assim, a valorizar as palavras e as mensagens publicitárias. Em 1976, na Radiodifusão Portuguesa, continua a realizar folhetins e teatros, além de ser autor de séries e de programas sobre temas culturais. É a época em que é convidado para participar na análise da rádio atual nas mais diversas entidades, sejam escolas secundárias ou universidades. Em 1992, pela primeira vez na história da rádio, leva o teatro radiofónico, através da peça Frei Luís de Sousa de Garrett, ao contacto direto com o público no Palácio Fronteira, sendo a sessão transmitida simultaneamente na Antena 2. Hoje, com a ausência deste Teatro Invisível, pode-se afirmar que nunca ninguém irá realizar igual número de folhetins e teatros, 45 do primeiro, mais de 500 do segundo. Em 2005, Eduardo Street recebeu a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores "como forma de reconhecimento e consagração do trabalho de criação por si desenvolvido".

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