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Sinopse

Permitam, a seguir, destradicionalizar, historicizando, a visão tradicional das cidades moçambicanas.
Na verdade, é nas cidades do país onde os habitantes estão num vaivém incessante e contraditório entre o mundo de fora e o mundo de dentro: os meios de comunicação e o cosmopolitismo urbano tornam-nos cidadãos do planeta e dos seus heróis, mas a procura de pontos de referência e as dificuldades de sobrevivência social fá-los reciclar e reinterpretar a região de origem, recriar a solidariedade étnica (o "somos todos primos" dos mercados informais, por exemplo), levando-os a dar nova cor aos heróis epónimos.
Estão cada vez mais na economia-mundo sem poderem abandonar a economia local e vice-versa: é este o seu duplo constrangimento. Quanto mais dificuldades sociais no mundo de fora, mais estreitos os laços e as fronteiras do mundo de dentro. Se por um lado não existem verdadeiramente nem tradição nem modernidade, por outro vai-se àquela para tradicionalizar esta e a esta para modernizar aquela consoante os momentos, os processos e as cristas das tensões sociais. O presente é encarado com os olhos do passado, o passado com os olhos do presente. Oscila-se, como um pêndulo, à procura da vertigem do futuro ao mesmo tempo que se faz marcha-atrás à busca das âncoras de todos os dias, subvertem-se hábitos, acomodam-se subversões.
Este é, afinal, um mundo misto, polissémico, do entre-dois, transfronteiriço, lábil, onde em lugar de estados há transições, onde não se é nunca mas se está a ser constantemente.
Na verdade, um mundo anfibológico.

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Autor(es)

Teresa Manjate

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