Detalhes do Produto
- Editora: Sistema Solar
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- Ano: 2016
- ISBN: 9789898833075
Sinopse
Homem que olha para a mesa depois de ter bebido e suspira, é porque vai falar.
Durante anos a imaginação de Giono alimentou-se de uma Provença inventada
. Tenho direito a uma Provença inventada
, contrapunha ele às objecções que alguns lhe faziam esforçando-se por lhe colar, bem
colado, o rótulo de mentiroso. Inventei uma terra («como Faulkner», acrescentava às
vezes),
povoei-a com personagens inventadas de dramas inventados.
[
]
Tudo é inventado. Tudo pertence à terra que tenho à frente dos olhos, mas depois de
ela passar através de mim
. [
]
Esta magnífica Provença imaginada é a que sentimos nas páginas de
O Homem que Falou
; mas também a decisão de dar à forma a oportunidade de um grande triunfo sobre a intriga.
Giono inventa para este livro a mais simples e linear das suas histórias, aquela que não
excede muito em ambições a de um «romance de gare»; força-se por vezes a um singelo
sentimentalismo, e não hesita perante um desfecho que pode inscrever-se na banal fórmula
do «felizes para sempre». [
] Luiz Pacheco, porém, que tinha por este romance uma
particular admiração, costumava citá-lo como resultado de uma surpreendente «aposta
ganha», como uma decisão de provar o que podem a força da palavra e a sua conversão em
estilo quando há quem saiba deixá-las magnificamente «postas em obra»; como é possível
através delas levar uma intriga que percorre banais circuitos a fazer-se marco na obra de
um escritor e permanecer com lugar alto nos favores do público e da crítica. Na época em
que foi publicado
O Homem que Falou
houve surpresas e entusiasmos; mas só destacamos aqui a singular observação que ficou
numa frase de André Maurois: «Este belo no que é simples [
] procurado em George Sand e
encontrado em Homero.» [Aníbal Fernandes]