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Sinopse

Os textos reunidos neste livro foram originalmente escritos em inglês por Rabindranath Tagore (1861 – 1941) e são parte integrante de um conjunto de várias palestras que o autor deu no Japão e nos Estados Unidos da América entre Junho de 1916 e Abril de 1917. É deste último ano que data a primeira publicação, numa colectânea em livro, destas palestras.
A 1 de Junho de 1916, em Osaka, deu a primeira de um conjunto de conferências cujo tema principal seria o Nacionalismo. Depois de Kobe e de Tóquio, onde milhares de pessoas o ouviram, Tagore seguiu por mar para a costa Leste dos Estados Unidos, aonde chegaria em Setembro desse ano. As suas palavras, a apelar ao fim dos ódios fomentados entre as nações, a criticar o cada vez maior investimento na militarização, assim como a desumanização da sociedade e a supremacia dos interesses económicos nas relações humanas, criaram polémica em torno da sua figura.
Crítico do movimento nacionalista na Índia, Tagore alertava para os perigos que a crença na abstracção do conceito de «nação» poderia criar no Japão e no Ocidente. Apologista de uma aproximação entre o Oriente e o Ocidente, defendia que seria a união entre o melhor de cada um o único caminho possível para um futuro livre da falsa liberdade criada pela alienação moderna do início do século XX.

Excerto:
«Depois de séculos de civilização, as nações temem-se mutuamente como feras que espreitam na escuridão, fechando as portas da hospitalidade, unindo-se apenas para propósitos de defesa e agressão, escondendo nas suas tocas os segredos do comércio, de Estado e armamentos. Como cães, oferecem a paz dando carne alheia uns aos outros. Subjugam raças derrotadas que lutam para permanecer de pé. Com a mão direita dispensam a religião a povos fracos, enquanto os roubam com a esquerda – haverá, em tudo isto, algo que nos possa causar inveja? Deveremos nós pôr-nos de joelhos ante o espírito deste nacionalismo que semeia por todo o mundo sementes de medo, ganância, desconfiança, perante as mentiras desavergonhadas da sua diplomacia, as mentiras untuosas sobre a paz, a boa vontade e a fraternidade universal do Homem?»

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Autor

Rabindranath Tagore

Rabindranath Tagore (1861-1941) foi um escritor indiano, vencedor do Prémio Nobel da Literatura e uma das figuras mais mediáticas do mundo na primeira metade do século XX. É, ainda hoje, uma das figuras mais importantes da história da Índia moderna. Como escritor é autor de mais de 4000 poemas, 2000 canções, mais de 100 contos, dezenas de romances e peças de teatro. As suas obras estão traduzidas em mais de 80 línguas e faz parte da lista de Autores Representativos da Humanidade. Na Índia é um dos pais da independência e o primeiro escritor a trazer os problemas da colonização para o foco literário internacional. A letra do hino indiano é da sua autoria. Este hino foi composto ainda na era colonial e posteriormente à sua composição a história revisionista tentou imputar a Tagore uma glorificação do rei britânico que o próprio desmentiu («Seria insultar-me a mim mesmo se tivesse de responder àqueles que acham que eu diria que qualquer rei era o quadrigueiro que guiaria os peregrinos através da história intemporal da humanidade. Refiro-me a Deus.»). Várias das suas obras foram adaptadas ao cinema e à televisão. No entanto, Tagore foi muito mais do que um escritor, viajou por todo o mundo, sendo recebido por líderes mundiais ou beduínos no deserto e referido como o poeta-santo. Assumiu posições políticas difíceis, como quando contrariou publicamente Gandhi, num momento em que este atribuiu um significado cármico de punição merecida de todo um povo que se sujeitava à colonização a um terramoto que matou milhares de indianos, isto apesar de partilhar os ideais pacíficos e de independência. Tagore não cedia a populismos e defendia a verdade acima de tudo. É sobre a sua figura que se criou o estereótipo do guru moderno.

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