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- Editora: Antígona
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- Ano: 2009
- ISBN: 9789726082095
Sinopse
Milton
continua a publicação das obras de William Blake (1757-1827, artista e poeta), que a
Antígona encetou em 1994, com a primeira edição de
Cantigas da Inocência e da Experiência
, sempre pela experiente e poética mão de Manuel Portela.
Milton
encena a viagem de autodescoberta e renovação do herói que lhe dá título. No primeiro
livro do poema, John Milton regressa do céu ao mundo dos mortais. Sob a forma de um
cometa, penetra no corpo de William Blake. A relação entre o poeta vivo e o seu
predecessor dramatiza as pulsões contrárias da consciência individual, e uma luta sem
tréguas pela afirmação da imaginação e da visão contra a mera exterioridade do mundo
material. No segundo livro, Milton une-se à sua emanação feminina, Ololon, progredindo em
direcção à superação apocalíptica das divisões entre sexos, entre vivos e mortos, e entre
a consciência humana e as suas projecções alienadas no mundo exterior. Este enredo integra
inúmeras referências e alusões, que vão desde a Bíblia à vida pessoal de Blake, em
particular a difícil relação com o seu mecenas William Hayley. Mas a reescrita dos mitos
da criação e a recriação mítica de factos biográficos são apenas duas das múltiplas
dimensões desta viagem psiconáutica.
Milton
é também uma obra sobre a dilaceração do sujeito humano e sobre a presença das forças
genesíacas e apocalípticas do universo na forma e nos desejos do corpo. A sua fantasia
visionária é, antes de mais, um produto da letra e da escrita como invenção simbólica do
humano e como emulação da forja criadora. Como nos restantes livros iluminados, os actos
de escrever, desenhar, gravar, imprimir e pintar parecem conter, nas suas interacções, a
própria possibilidade do pensamento.