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Memento Mori - Frente a São Jerónimo de Dürer

António de Castro Caeiro

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Sinopse

Irina Duarte: «Entender a profundidade desta obra implica pensar o homem que a pintou.»

Nenhum instante, por mais breve que seja, volta para trás. A imagem da ampulheta, mesmo que congelada e fixa no quadro e cristalizada pelo olhar da pintura, é dinâmica. É precisamente isso que está aqui em causa na expressão do memento mori. «Lembra-te de que estás a morrer.» O complemento directo é o infinitivo do verbo depoente. O presente do infinitivo do verbo depoente é «estás a morrer», «lembra-te de que estás a morrer». Eu não estou a morrer só quando me lembro disso. Eu estou continuamente a morrer. E é justamente isso que aqui está de alguma forma em causa. E o que se pensa — e isto é uma forma estratégica muito antiga — é que ao olhar a morte, ao pensar uma representação da morte, há uma convocação, há o conjuramento de uma possibilidade aparentemente adormecida. É isto o que acontece na nossa vida: todos nós sabemos que vamos morrer. Estatisticamente, até agora, toda a gente tem mor- rido, mas pode ser que a morte se esqueça de mim, que eu possa continuar para sempre. É essa lembrança contínua, absolutamente adormecida, de que um dia vou morrer a mensagem do quadro. Embora, ao olhar o quadro, possamos continuar adormecidos. Vamos morrer um dia, sim, mas para já não.

[António de Castro Caeiro]

A presente colecção reúne as conferências apresentadas no ciclo «Frente à Obra. Arte e Filosofia», que teve lugar no Museu Nacional de Arte Antiga, entre 2 e 7 de Maio de 2022, como resultado de uma colaboração entre o Plano Nacional das Artes, o Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, o Instituto de Filosofia da Nova e o MNAA. Os oradores foram convidados a escolher uma obra do Museu e a propor uma reflexão filosófica na presença da mesma, antecedida por uma contextualização histórica apresentada por um membro da equipa do Museu. A publicação das conferências vem agora a público, entendendo-se como uma partilha e um testemunho das possibilidades que a relação entre a arte, a história e o pensamento abrem a todos nós.

[Maria João Mayer Branco, Paulo Pires do Vale, Tomás Maia]

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Autor

António de Castro Caeiro

António de Castro Caeiro (Lisboa, 1966) obteve o grau de doutor em Filosofia Antiga com a tese "A Areté como possibilidade extrema do Humano, fenomenologia da práxis em Platão e Aristóteles" (1998), pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa (UNL). Ensina na FCSH desde 1990, dedicando-se à Filosofia Antiga e à Filosofia Contemporânea e, em especial, ao trabalho de autores como Edmund Husserl, Max Scheler e Martin Heidegger. Estudou em Freiburg i. Br. (com F.-W. von Herrmann) e foi Visiting Scholar na University of South Florida (onde colaborou com Charles Guignon). Ministra seminários de tradução de textos de teor filosófico em alemão, grego antigo e latim. Traduziu do grego obras como "Ética a Nicómaco de Aristóteles" (Quetzal, 2004), "Píndaro - Odes Píticas para os Vencedores" (Prime Books, 2006), "Odes Olímpicas", de Píndaro (ed. abysmo). Publicou os ensaios "São Paulo: apocalipse e conversão" (Aletheia, 2014) e "Um Dia Não São Dias" (Abysmo, 2015).

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