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Sinopse

A fé do homem desligado da cultura é a fé do homem erudito. A essência é a mesma: acreditar no que se não vê; assumir o mistério.

Com o amor passa-se algo de semelhante: ninguém sabe dizer o que é o amor / ninguém lhe sabe a forma nem a cor. Sabe-se, é que quando essa força inextinguível toca duas almas, os seres por ela tocados não serão talvez capazes de definir o lugar ou precisar a circunstância em que tal maravilha ocorreu. A troca do primeiro olhar, essa, jamais a esquecerão.

Eu direi que sim.

Porém, permita-me o Poeta que acrescente: é sonho constante o amor. "Eles não sabem nem sonham" que, por amor, faremos avançar o mundo.

Espero que, tanto ao homem do chão da terra como ao da elevada ciência, agrade o que escrevi na infinitude dos céus:

Sonhei então que nunca mais te via
Mas logo p’la manhã bem acordada
Veio desmentir o sonho a Poesia

E aí estás tu presente em corpo inteiro
No poema não cabe a fantasia
No verso é que o amor é verdadeiro

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Autor

Maria Adelaide Calado

Maria Adelaide Calado continua a perguntar insistentemente neste seu último livro: “Quem sou eu?” Queria-se pois em construção a vida inteira, sem nunca deixar de regressar às imagens que de si encontrava no espelho: flor de giesta, tojo ou rosmaninho. Ou ao berço de que não se afastou: filha da brancura do monte e das searas ondulantes. Sabia-se igualmente afirmativa, mesmo tenaz, e ao mesmo tempo doce e compassiva. Tinha um pacto com Deus que a apaziguava e a fortalecia e encontrava no mundo as alegrias que tão bem sabia cultivar e as interrogações que lhe alimentavam o intelecto e a vontade de participar. Foi protetora da língua portuguesa e de todos os meninos a quem a ensinou e que ajudou a crescer muito para além das matérias de estudo. Assumia-se conservadora, em contra corrente face ao moderno e inabalável elogio da mudança; sobretudo conservadora da memória e do tempo, que passam também pelo cultivo dos rituais e das tradições, ingredientes que ademais ocupam um lugar de relevo nos seus textos. E ainda assim assombrosamente adaptável e atualizada, quando tal lhe era exigido por força das circunstâncias – que eram para ela as da cidadania e sempre em primeiro lugar as dos afectos. Sonhadora e lírica, romântica inveterada, Mãe e amorosa sobre tudo o resto.

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