Sinopse
Há livros sobre o amor. E depois há este — onde o amor arde, fere, salva e transforma.
O amor sempre foi a força secreta que move o mundo — e também Fernando Pessoa. Mas o que poucos sabem é que ele escreveu sobre o amor como ninguém: com lucidez e loucura, com carne e com alma, com verdade e contradição. Aqui está reunido o Pessoa mais íntimo, mais humano — e mais surpreendente.
Nesta antologia, encontramos o amor em todas as suas formas:
– O amor que começa a tremer nas mãos. – O que se perde e nunca mais volta. – O que fere, mas não morre. – O que se cala porque é grande demais para ser dito.
– O amor que espera. O que destrói. O que salva.
– O amor de quem vive — e de quem sente demais.
Pessoa escreveu com ironia, paixão, inocência, desassossego e até crueldade. Mas nunca escreveu sem verdade. Cada página é um espelho onde quem já amou (ou ainda vai amar) se reconhece.
Organizada pela investigadora Mariana Gray de Castro, esta obra revela um Pessoa inesperado, profundo e absolutamente fascinante — tão humano que até assusta, tão belo que se torna impossível de largar.
Este não é um livro para ler. É um livro para sentir. Depois destas páginas, nunca mais verás o amor da mesma forma.
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Autor(es)
Fernando Pessoa
Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da Vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos - Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e aos 7 anos partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903 faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como "correspondente estrangeiro". Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística. 1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e em 1915 lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada-Negreiros e outros, a revista "Orpheu", que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste poeta.
Pessoa marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista "Orpheu" (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato. Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, "Mensagem" (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos.
Ler mais Mariana Gray de Castro
Mariana Gray de Castro é licenciada e mestre em literatura inglesa e portuguesa pela Universidade de Oxford, e doutorada pela King's College London. Fez um pós-doutoramento nas Universidades de Oxford (onde também foi professora convidada durante 10 anos) e na Universidade de Lisboa. Publicou mais de 20 artigos e capítulos em livros sobre Fernando Pessoa, e o seu livro Shakespeare, Fernando Pessoa, e a invenção dos heterónimos (2017) propõe uma nova teoria sobre a heteronímia.
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