Doutoramentos honoris causa, o reconhecimento dos primus interpares, dos cérebros que, pela sua visão superior e fulgor intelectual, sobressaíram no esplendor de uma ciência, projectando a cidadania no mais alto patamar do confronto das ideias.
E que plêiade notável este livro encerra, mostrando ao inundo que a Universidade de Coimbra, no seu saber centenário, marca os seus claustros doutorais com nomes eméritos do mundo da intelectualidade.
Doutoramentos honons causa que enobrecem a Faculdade, o passado e o futuro na realidade do presente, de Fernando de Magalhães ou Gregorio Maranõn, Mestres insignes que tantas gerações marcaram, a García-Rodríguez, ainda no tempo tão próximo de nós — relembrando, apesar de não ter sido doutorado em Medicina, Juscelino Kubisbek de Oliveira (cerimónia a que assisti acompanhando o meu Pai), pelas altas funções políticas que na altura exercia e que marcaram para sempre a Lusofonia, pois foi na Medicina que bebeu as suas fontes de cultura humanista médica — a João Paulo II, esse médico das almas, incansável lutador contra o sofrimento humano que, pela sua invulgar estatura, se alcandorou ao estatuto ímpar de Doutor por todas as Faculdades.
Ao fazer tão dignamente o elogio da ciência, a Faculdade de Medicina soube prestigiar-se com um ímpar cartão de visita, preservando a memória, num impulso de imparável orgulho, também exemplo de futuro.
É Coimbra, capital nacional da cultura 2003, a sair engrandecida por este livro exemplar, uma nova chancela ímpar para juntar aos seus tão nobres pergaminhos.
O Departamento de Educação Médica da Faculdade de Medicina de Coimbra, sob a superior orientação de Armando Porto, cumpre deste modo a sua missão e apresenta-se na mostra cultural da nossa Universidade, dando à estampa este livro sobre os Doutoramentos Honoris Causa em Medicina, relembrando o passado glorioso, no repositório do nosso agora subconsciente colectivo.

A. Meliço-Silvestre