Na carne entristecida do outono
ainda sobrevive a bravura cantante das aves que arribaram
Sobrevivem os heróicos despojos que ressurgiram na primavera
Agora o tempo que vem arrasta a queda das letras – balas
desenham no poema o inevitável nome que murcha
O que silenciará os relâmpagos frios olhando coisas
indistintas das lágrimas de neve com que
qualquer nuvem nos recobre?
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Nuno Félix da Costa
Lisboa, 1950.
Psiquiatra, professor da Faculdade de Medicina de Lisboa.
Desde 1983 expôs fotografia e/ou pintura individual ou colectivamente.
Publicou Retratos de Hábito, fotografias, na Assírio & Alvim, 1983. Produziu e editou para a Galeria Alda Cortez, o livro Pena Capital, 1993, fotografia. Publicou poesia na & etc: Noutro Sítio, 1995, Panfletarium, 1996, Cinematografias, 1998. O livro Arte Última, de poesia e fotografia, foi editado pela Casa Fernando Pessoa, 1998. Publicou, ainda, Portulíndia, fotografia, 2009, na Córtex Frontal; Catálogo de Soluções, 2010, e Agora Nós, 2012, ambos de poesia, editados também na Córtex Frontal, e o livro de ensaios Estar no Sistema, na Teodolito, em 2019.
Com a Companhia das Ilhas publicou os livros de poesia O Desfazer das Coisas e as Coisas já Desfeitas (2015) e Epopeia Mínima (2020); e os ensaios Pequena Voz. Anotações sobre Poesia (2016) e A Clínica e a Patologia dos Sistemas (2020). Em preparação (na Companhia das Ilhas, 2020): Lisboetário (fotografia).
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