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Testamento de um Morto Vivo Sepulto na Casa dos Mortos, em Barcelos

Pensamento, Arte e Ciência

Abel Salazar

Sujeito a confirmação por parte da editora



Desconto: 10%
19,80 € 22,00 €

Detalhes do Produto

Sinopse

O presente manuscrito consta do espólio de arquivos da Casa-Museu Abel Salazar, tratando-se de um documento que esteve muitos anos guardado e fechado à chave num cofre. Escrito pela mão de Abel Salazar tem todas as páginas numeradas, mas não datadas. Após a morte do seu amigo Alberto Saavedra, que tão bem guardara este documento, o mesmo foi doado pelos seus familiares à Associação Divulgadora da Casa-Museu Abel Salazar. Quando soube da existência do presente manuscrito - enquanto colaboradora desta Associação - senti-me a cruzar uma coincidência significativa. A profissão de médica psiquiatra exercida ao longo de 30 anos (1987-2017) levou-me em final de carreira a refletir sobre a minha própria história de envolvimento em organização de Serviços de Psiquiatria e Saúde Mental, bem como na história passada e atual da Psiquiatria.

Teresa Cabral in “Prefácio”


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Autor

Abel Salazar

Abel de Lima Salazar nasceu em Guimarães, em 1889 e faleceu em Lisboa, em1946.

Cientista, professor, pedagogo, investigador, artista e resistente ao regime salazarista português que lecionou e investigou na Faculdade de Medicina e na Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto. Ficou célebre a sua expressão: “Um médico que só sabe medicina, nem medicina sabe” – que é a ilustração da sua personalidade polivalente.

Doutorou-se em 1915 na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto com a tese Ensaio de Psicologia Filosófica, classificada com 20 valores. Contratado em 1916, foi nomeado professor extraordinário em 1917 e professor ordinário em 1918, ficando a seu cargo o ensino da Histologia e Embriologia, que exerceu até 1935, data em que foi afastado através de uma resolução do Conselho de Ministros. O afastamento forçado da vida académica intensifica a dedicação à atividade artística que já vinha desenvolvendo, apesar de não ter formação académica na área das artes, desenvolveu uma extensa obra no desenho, na pintura, na gravura e na escultura. As suas obras tanto retratam trabalhadores em contexto urbano e rural, como também cenas do quotidiano burguês onde retrata mulheres em atividades sociais e de lazer.

A sua estadia em Paris, entre março e setembro de 1934, foi, em certa medida, uma experiência penosa para Abel Salazar. Não parecessem “todos os seus percursos (…) todos os sítios que visita – museus, palácios, exposições, todos os sítios onde para (…)” envolvidos “por um véu deprimente e negativo”, a que chamava "cafard", conforme relata Irene Ribeiro no prefácio desta obra. Foi este o sentimento que o invadiu “ao longo de toda a permanência em França”, durante a qual se dedicou “afincadamente” à sua área de investigação e “deambulou por Paris”. Abel Salazar terá vivido aquele período “mais como um exílio do que como um tempo de alegre intercâmbio intelectual – científico, filosófico e artístico”.

Os seus últimos 25 anos de vida foram passados na que é agora a Casa-Museu Abel Salazar, pensada por amigos e admiradores do patrono como a maior homenagem que podiam prestar.


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