Presenças Fantasmagóricas - Espectralização na Literatura, nas Artes e na Filosofia
Ricardo Gil Soeiro, Raluca Balan, Guilherme Valente, Ana Davies
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Detalhes do Produto
- Editora: Húmus
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- Ano: 2025
- ISBN: 9789899275331
- Número de páginas: 208
- Capa: Brochada
Sinopse
A ideia de espectros que percorrem o teclado dos nossos olhares, as nossas artes e as nossas formas de pensar aponta para uma ideia central nos estudos pós-humanos: o descentramento do eu humano. Este afastamento de uma concepção autotélica não tem como propósito rasurar a ideia de humano, mas trabalhar criticamente sobre ela, mostrando que, na verdade, o indivíduo que observa um precipício na sua solidão é feito de fantasmas que se espantam diante do abismo. Os fantasmas são também motivo de medo e susto, como no romance realista Effie Briest, de Theodor Fontane. Todavia, são sobretudo figuras típicas da literatura gótica, como lemos em The Turn of the Screw, de Henry James, ou The Haunting of Hill House, de Shirley Jackson. A presença dos fantasmas na literatura gótica inspiraria muito da sua representação na cultura pop, como vemos no cinema de terror tipo slasher, com A Nightmare on Elm Street, de Wes Craven, e, numa outra senda de terror, com O Exorcista, de William Friedkin. Aquilo que todos têm em comum – da literatura à filosofia, passando pelas artes plásticas – parece ser a necessidade de materializar o fantasma. Quer pensemos em fantasmas como companhias, quer os vejamos como seres que nos assombram, quer busquemos delinear os contornos gerais da espectrologia (hantologie) a partir das ideias de “economia geral” (Bataille) e da repercussão da psicanálise freudiana enquanto modelo do real inconsistente (Jacques Derrida), as representações fantasmagóricas permitem o desenvolvimento de estudos teóricos deveras estimulantes para diversas áreas de estudo.
[Da Introdução, Fantasmas que nos acompanham]