«Por caminhos de pedra solta, do Professor Galopim de Carvalho, é mais um ato extraordinário de cultura, resistência e generosidade do autor. “Duro de ouvido” nesta fase da vida, confessa que esta condição o ensinou a viver consigo próprio: “Sendo a escrita um acto solitário, julgo ter encontrado, nesta minha deficiência, total disponibilidade para a exercitar. A palavra escrita é hoje o meu principal veículo de comunicação.” Somos os felizes destinatários desta escolha. A sua palavra escrita conduz-nos neste livro por uma viagem prodigiosa, que tanto pode levar-nos aos primórdios da formação da Terra como às lembranças da sua infância alentejana. Cidadão exemplar e atento, não deixa de nos desafiar: “Uma das formas de combater as flagrantes desigualdades e injustiças que, ao invés das promessas de Abril, persistem na nossa sociedade é criar cidadania onde ela anda esquecida, alargá-la onde for preciso e encorajar o cidadão a fazer pleno uso dela, como contribuição pessoal no tecido social de que é parte.” Vasto e urgente programa perante a vaga de violência e de desconstrução democrática que assola o mundo.»
Helena Roseta
In Prefácio
Ler mais
A. M. Galopim de Carvalho
A. M. Galopim de Carvalho nasceu em Évora, em 1931. É doutorado em Sedimentologia (3ème cycle) pela Universidade de Paris (1964), e em Geologia pela Universidade de Lisboa (1968), tendo leccionado na Faculdade de Ciências desta universidade de 1961 a 2001, ano em que se jubilou como professor catedrático. Leccionou, igualmente, em Geografia, na Faculdade de Letras da mesma universidade, de 1965 a 1981.
É autor de vasta bibliografia científica, de divulgação e de ficção. Para além de ter assinado cerca de 300 títulos (entre artigos científicos, de divulgação científica e de opinião), tem proferido nas duas últimas décadas conferências e participado em colóquios e debates por todo o país e no estrangeiro.
Dirigiu o Museu Mineralógico e Geológico da Faculdade de Ciências de Lisboa, de 1983 a 1992, e o Museu Nacional de História Natural (MNHN), de 1992 a 2003, onde foi o mentor e responsável científico de sucessivos projectos de investigação nas áreas da Geologia Marinha e da Paleontologia dos Dinossáurios. Actualmente continua a trabalhar na divulgação, salvaguarda e valorização do património geológico nacional.
É patrono do Agrupamento de Jardins-de-Infância e Escolas Professor Galopim de Carvalho, em Queluz, e da Escola Básica Galopim de Carvalho, em Évora.
Concebeu e participou na concretização do Museu do Quartzo, em Viseu, oficialmente designado por Centro de Interpretação Galopim de Carvalho.
Foi-lhe atribuído, em 2018, o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade de Évora.
Ler mais