Sinopse
Escritos em pleno século XVIII, marcados pela mundivisão iluminista dos philosophes franceses, os escritos que aqui se traduzem discutem a ideia de uma Natureza viva e sensível, capaz de produzir a diversidade dos seres, a par da ordem que os unifica. Na busca de uma nova ciência, propõem experiências de pensamento, em torno de núcleos imagéticos eloquentes, átomos, estátuas, abelhas, aranhas, cravos, livros, mosteiros; suscitam argumentos filosóficos, científicos, teológicos, a favor ou contra uma explicação puramente materialista, na qual Deus resulta adiáforo e o homem perde os privilégios metafísicos; procuram inventar uma outra prosa do mundo, misturando textualidades e enfrentando os principais interditos da época; esbatem fronteiras disciplinares e sociais, em nome do desejo de saber e do direito universal de satisfazê-lo. Críticos e controversos, são essenciais para pensar o sentido da Modernidade.
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Autor(es)
Denis Diderot
Denis Diderot (1713–1784) foi autor de romances, peças de teatro e diálogos filosóficos, e um dos primeiros críticos de arte modernos. De 1747 a 1765, editou a Encyclopédie ou Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et des métiers, com o filósofo e matemático D’Alembert. Estudou com os jesuítas em Langres, a sua terra natal, e recebeu, aos doze anos, a tonsura. Frequentou a Universidade de Paris, da qual recebe o grau de mestre em artes; estudou Direito, sem completar o curso. Foi deserdado pelo pai, insatisfeito com a vida diletante que levava em Paris. Em 1742, Diderot conheceu Jean-Jacques Rousseau, de quem se tornou amigo. Deu início à actividade de tradutor em 1743, de que se destaca a sua versão de An Inquiry Concerning Virtue or Merit, de Shaftesbury. Em 1746, foi publicada anonimamente a sua primeira obra original, Pensamentos Filosóficos. Segue-se uma longa lista de obras de romanescas e filosóficas, entre as quais Les Bijoux indiscrets (1748); Carta sobre os cegos para uso daqueles que vêem (1749), Suplemento à viagem de Bougainville (1772). Algumas das suas obras mais conhecidas, como Jacques, o Fatalista (1778), A Religiosa (1796) e O Sobrinho de Rameau (1891), foram publicadas postumamente. Apesar de considerado um dos mais importantes pensadores do Iluminismo, experimentou grandes dificuldades económicas, dando aulas, traduzindo e escrevendo para se sustentar. Em 1765, Catarina II, a imperatriz da Rússia, comprou-lhe a biblioteca, em títulos de renda vitalícia; em 1773, Diderot foi visitá-la à Rússia. Morreu a 31 de Julho de 1784, em Paris.
Ler mais Voltaire
François-Marie Arouet nasceu em Paris no ano de 1694 e foi registado como filho de um bem-sucedido notário parisiense, François Arouet, e da sua esposa, embora ele próprio suspeitasse ser filho da Sra. Arouet e de um poeta menor. Após estudos num colégio jesuíta, no qual apreciou sobretudo as peças de teatro escolares, decidiu lançar-se numa carreira literária e na sociedade: uma e outra lhe valeram duas estadas na prisão da Bastilha (por uns panfletos satíricos primeiro, por uma briga com um nobre depois). Ao sair da prisão deu a si próprio o nome de Senhor de Voltaire. Foi dramaturgo, historiador, filósofo, divulgador científico, homem de negócios, membro da Academia das Ciências de França, agricultor, proprietário, investidor de capital de risco, activista dos direitos civis e humanos, homem da corte desterrado no campo e, sobretudo, o autor mais célebre, admirado e odiado do seu tempo. Morreu em 1778, pouco depois de regressar a Paris após um exílio de mais de 20 anos. A sua obra é extensíssima e nunca foi esgotada numa só colecção. Cândido, ou o Optimismo é uma das melhores novelas da história da literatura e Micromegas é um dos seus famosos «contos filosóficos».
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