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Detalhes do Produto
- Editora: Almedina
- Coleção: Fora de Coleção
- Categorias:
- Ano: 2003
- ISBN: 9789724018621
- Número de páginas: 296
- Capa: Brochada
Sinopse
Como é que romancistas brasileiros como José J.Veiga, António Callado, Chico Buarque, Inácio Loyola Brandão, Renato Tapajós, Plínio Cabral, Maria Clara Machado c outros viram a oposição à ditadura militar, a guerrilha urbana dos anos 70? E como conciliaram ideal revolucionário e democracia?
A Bahia foi conquistada e depois perdida pelos holandeses em 1625. Muitos escritores relataram os acontecimentos, exprimindo o pensamento dos diversos países intervenientes (Guerreiro, por Portugal; Lope da Vega, por Espanha; Vieira, pelo Brasil; Aldenburgh pela Holanda).
Contudo, os relatos são todos diferentes... A cada um a sua verdade!
Porque é que na poesia pastoril e arcádica brasileira do século XVIII, herdada de Portugal e da Europa, os pastores, em vez de oferecerem leite e queijo, oferecem pedras preciosas e barras de ouro?
Porque é que, em contraste com a epopeia e história trágico-marítima portuguesa, donde "se vê [permanentemente] o mar", os poetas e romancistas brasileiros quase o ignoram?
Porque é que Vieira consentiu na escravatura dos negros e se opôs tão tenazmente à dos índios?
A estas e outras questões, que dão vida a obras literárias notáveis, responde Fernando Cristóvão, Professor Catedrático da Universidade de Lisboa, nesta colectânea de ensaios. Feitos em datas e locais diversos, como conferências ou comunicações a congressos internacionais, continuam válidos como estudos críticos destinados a quantos se interessam pelas literaturas brasileira e portuguesa.
Os ensaios desta colectânea têm em comum uma mesma preocupação poética, histórica e temática equacionada em leitura cultural: situam-se na Literatura Brasileira, tanto da Época Colonial como da Contemporânea, e procuram contribuir para um melhor entendimento de algumas questões controversas mas, nem por isso, menos pertinentes.
Por serem análises de textos literários, reflectem perspectivas tanto de ficção como de poesia, mesmo que não coincidam com a visão e os juízos de valor dos historiadores e de outros ensaístas sociais e políticos.
Em todos eles se evidencia, em maior ou menor grau, a caminhada para a emancipação literária e autonômica do Brasil, e inventariam temas e tópicos que, mesmo antes da independência política, marcam a diferença em relação à literatura-mãe, a portuguesa.
Redigidos e apresentados em épocas várias, para congressos internacionais onde entraram em debate, estes ensaios visam uma leitura original de textos demasiadas vezes isolados da sua dinâmica estética e epocal.
Destinados, sobretudo, aos estudiosos da Literatura Brasileira, são oferecidos, igualmente, aos estudiosos da Literatura Comparada e aos leitores que queiram ter da Literatura do grande país lusófono uma visão mais larga que a do vulgar casticismo tropical ou dos exercícios escolares de Teoria da Literatura.
Lisboa. Dezembro de 2002
FERNANDO CRISTÓVÃO
Nota preliminar
O romance político brasileiro contemporâneo
Vieira e os sermões contra a escravatura
A luta Deus-Demónio na poesia e drama de Anchieta
Teatro popular abolicionista: José Agostinho de Macedo, precursor
A luta de libertação da Bahia em 1625 e a batalha dos seus textos narrativos e épicos
O mar na Literatura Brasileira
O mito do «Novo Mundo» na Literatura de Viagens
Da grandiloquência lusa ao ufanismo brasileiro
Uma poética pastoril em evolução
A Literatura como antropologia das antropologias
As frutas brasileiras e a sua significação oculta
A alquimia poética de Metal Rosicler de Cecília Meireles Ler mais