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Livro de Horas: o azul imperfeito (Pessoa em Llansol) - Vol. V

Maria Gabriela Llansol

Sujeito a confirmação por parte da editora



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21,32 € 26,65 €

Detalhes do Produto

Sinopse

O Livro de Horas V , que se insere na série dos livros já editados com o mesmo título, resultantes da transcrição dos cadernos manuscritos inéditos de M. G. Llansol, reveste-se de um interesse particular, uma vez que, continuando a respeitar a ordem cronológica dos manuscritos, como em livros anteriores, este volume se orienta para a construção de uma figura maior na obra de Llansol - a figura de Aossê ou AOSSEP, anagrama de Pessoa, que resulta da leitura e escrita que Llansol fez do poeta Fernando Pessoa na sua obra, ao longo de toda a sua vida literária.
São cerca de trinta anos de escrita, muitas vezes diária, com vista à transformação e reconstrução da figura do poeta Fernando Pessoa, figura maior da cultura portuguesa, e aquela que mais tempo convive com Llansol. Projectada em muitas centenas de páginas manuscritas, a figura de Pessoa-Aossê, presente em metade dos livros publicados de Llansol (em 12 dos 24 publicados), continua, assim, ainda hoje largamente desconhecida no que se refere ao amplo «projecto pessoano» de M. G. Llansol.
Este Livro de Horas V resulta do levantamento exaustivo, selecção, ordenação cronológica e transcrição da totalidade dos manuscritos que, não tendo entrado em livro, permanecem ainda inéditos. A edição deste volume é de grande relevância não só pelo que acrescenta e clarifica da obra de Llansol, mas também pelo que pode acrescentar e trazer de novo ao universo dos estudos pessoanos. E parece particularmente pertinente publicá-lo neste ano de 2015, ano das comemorações dos 100 anos de «Orpheu» e também dos 80 anos da morte de Fernando Pessoa.

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Autor

Maria Gabriela Llansol

Escritora portuguesa de ascendência espanhola, nascida no ano de 1931 em Lisboa. Licenciou-se em Direito e em Ciências Pedagógicas, tendo trabalhado em áreas relacionadas com problemas educacionais. Em 1965, abandonou Portugal para se fixar na Bélgica. Regressou há alguns anos a Portugal. Considerada uma autora cuja escrita é hermética e de difícil inteligibilidade para o leitor comum, é, no entanto, apontada por muitos como um dos nomes mais inovadores e importantes da ficção portuguesa contemporânea. A sua carreira literária iniciou-se com Os Pregos na Erva (1962), obra que inaugurou uma nova forma de escrever, embora estruturalmente se assemelhe a um livro de contos. Publicou de seguida Depois de os Pregos na Erva (1972), O Livro das Comunidades (1977), A Restante Vida (1983), Na Casa de Julho e Agosto (1984), Causa Amante (1984), Contos do Mal Errante (1986), Da Sebe ao Ser (1988), Um Beijo Dado Mais Tarde (1990), com evidentes ressonâncias autobiográficas, Lisboaleipzig 1: O Encontro Inesperado do Diverso (1994), Lisboaleipzig 2: O Ensaio de Música (1995), Ardente Texto Joshua (1998) e Onde Vais Drama Poesia? (2000).

No caso de Maria Gabriela Llansol dificilmente se podem aplicar designações tradicionais como conto, romance ou mesmo diário. Apesar de se detetarem elementos tradicionais da narrativa, as suas obras, mais do que narrativas, são conjuntos de pequenos quadros e meditações. A ação localiza-se geralmente na Alemanha ou em regiões próximas, nos primórdios do Renascimento, num ambiente fantástico em que à volta de Copérnico, Isabol ou Hadewijch se movimentam personagens inspirados em pensadores místicos como San Juan de la Cruz e Eckhart e filósofos como Nietzsche e Espinosa.

Os diários Um Falcão em Punho (1985), considerado o ponto de viragem no que toca à cada vez maior inteligibilidade da sua escrita, e Finita (1987), distinguem-se das obras ficcionais pela sua aparente ordenação cronológica e pelas reflexões sobre a conceção materialista em que se baseia a mística e a poética da autora.

Um dos traços mais marcantes de toda a sua produção consiste na constante negação da escrita representativa, com inserção no texto de diferentes caracteres tipográficos, espaços em branco, traços que dividem o texto, perguntas de retórica, aspetos que contribuem para a sensação de estranheza que os seus textos provocam.

Levando às últimas consequências a criação de um universo pessoal que desde os anos 60 não tem paralelo na literatura portuguesa, a obra de Maria Gabriela Llansol faz estilhaçar as fronteiras entre o que designamos por ficção, diário, poesia, ensaio, memórias, etc.

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