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Sinopse

Noites de Inês-Constança, o último texto teatral criado por Fiama Hasse Pais Brandão, é um dos raros textos contemporâneos sobre o mito de Inês, assinado por uma dramaturga.
Constituído, na última versão dactiloscrita, por 44 páginas dactilografadas (com acrescentos e correcções manuscritos), datado de 1996-1998, o presente texto teatral propõe um perturbante olhar sobre o triângulo amoroso Inês-Constança-Pedro segundo os moldes de um neo-imaginismo de ressonâncias simbolistas que atravessa, como uma das mais experimentais linhas de trabalho sobre a linguagem e as palavras, o universo poético da autora.
A “peça”, em três actos e um epílogo (estrutura recorrente no teatro de Fiama, em que se deseja “acção” e não “diálogo”), organiza-se em torno de dez personagens-figuras: Inês-Constança - corpo e voz confundidos numa personificação dupla, ambivalente -, Pedro, um Pajem, uma Ama, uma Jogralesa, Álvaro Perez, Diogo Lopes Pacheco, um Mensageiro Papal e o Filho.

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Autor

Fiama Hasse Pais Brandão

Dramaturga, tradutora e poeta, formada em Filologia Germânica na Universidade de Lisboa, exerceu actividade de investigação na área da literatura e da linguística. Revelou-se com "Morfismos", no âmbito da iniciativa Poesia 61, colectânea que reflectia uma tendência poética atenta à palavra, à linguagem na sua opacidade, na busca de uma expressão depurada e não discursiva. A criação poética de Fiama Hasse Pais Brandão impõe-se pela busca de uma expressão original, onde as palavras tentam evocar uma essência perdida, anterior à erosão do tempo e do uso corrente. A desconstrução das articulações do discurso e a sua metaforização provocam um estranhamento que conduz o leitor a despir a linguagem da sua convencionalidade e a entrever o acesso pela palavra pura a um tempo primordial. O critério de "amor pela leitura" que presidiu à versão de Cântico Maior pode, por extensão, ser aplicado à obra da autora que apresenta como fontes de emoção poética "o texto que cabe na pupila: o simultâneo, a grande cena das metáforas e das comparações, a Visão multiforme do Conhecimento (pus no coração a Sabedoria de Ezra), que é parcelar nas palavras e nas imagens e que só por acumulação diurna e através da absorção pupilar (como a do ar) tende para o Todo." ("Do prefácio de Cântico Maior", reproduzido em "Apêndice" a Obra Breve, 1991). Sob o Olhar de Medeia, a obra que marca a primeira incursão no romance por parte desta autora, foi publicado em 1998. Faleceu em Lisboa no dia 19 de Janeiro de 2007.


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