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Luz Coada por Ferros - Escritos Originais

Mulheres de Palavra

Ana Plácido

Em Stock



16,50 €

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Sinopse

Os contos e textos autobiográficos que compõem este livro, o primeiro publicado por Ana Plácido, em 1863, foram escritos durante os 18 meses de prisão (de Junho de 1860 a Outubro de 1861) a que a autora foi condenada pelo adultério que assumiu ter cometido com Camilo Castelo Branco, que amava desde os 15 anos de idade, e com o qual viria a casar depois da morte do marido, um homem rico ao qual os pais a haviam literalmente vendido aos 19 anos, quando esse homem que a comprou tinha 43 anos.

Histórias de paixão, infelicidade, infidelidade e desilusão, magnificamente imaginadas e escritas, dialogam nesta obra singular com as «meditações» pessoais da autora sobre a injustiça de que foi vítima, exortando lucidamente as mulheres a que não se resignem a ser apenas «boas governantas de casa, e boas mães de família».

Luz Coada por Ferros é a revelação da poderosa voz literária de Ana Plácido, grande escritora do século XIX que não teve ainda o merecido reconhecimento, e uma antecipação prodigiosa da reflexão sobre a emancipação feminina realizada por Virginia Woolf, no fim da segunda década do século XX, em Um Quarto Que Seja Seu.

Escreve Ana Plácido: «Hoje, quando os meus verdugos me supõem dias terríveis de desesperança e amargura, eu digo à alma que suba, à inteligência que se ilumine, e de pronto uma chama misteriosa me aclara esta difícil ascensão.»

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Autor

Ana Plácido

A escritora Ana Plácido (Ana Augusta Vieira Plácido) nasceu no Porto em 1831 e morreu em São Miguel de Seide (Vila Nova de Famalicão) em 1895. A sua carreira literária regista romances, poemas, críticas literárias, traduções, adaptações e correspondência, sendo os seus textos muitas vezes assinados com nomes masculinos; Gastão Vidal de Negreiros e Lopo de Sousa são os seus pseudónimos mais conhecidos. No plano pessoal, Ana Plácido ficou notabilizada por ter sido mulher do escritor Camilo Castelo Branco.

Algumas das publicações que contaram com a colaboração de Ana Plácido: "A Esperança – Semanário de Recreio Literário", "Revista Contemporânea de Portugal e Brasil", "O Ateneu", "O Civilizador", "Diário Ilustrado", "O Leme", "O Nacional".

Em 1863 publicou o seu primeiro romance, "Luz Coada por Ferros", uma obra em tom amargo, onde Plácido recorda o tempo em que esteve presa na Cadeia da Relação do Porto por adultério, em virtude da sua relação com Castelo Branco. Na dedicatória à memória da irmã Maria José, escreveu:

[…] «Grande parte destes escritos nasceram na calamitosa época do cárcere e do escárnio dos meus algozes, nunca saciados das torturas que me infligiram. Dedicar-te-hei, pois, estas páginas, onde por vezes aparece o teu nome como a estrela da manhã, rompendo a custo das sombras pesadas da noite: é um dever sagrado. Foste a minha única amiga neste mundo: não conheci afeição mais verdadeira.» […]

Em 1871, já a viver na Quinta de São Miguel de Seide (onde hoje funciona a casa-museu dedicada a Camilo), publicou o romance "Herança de Lágrimas" (Sibila Publicações, 2019). Sob o pseudónimo de Gastão Vidal de Negreiros, começou a publicar na "Gazeta Literária do Porto" o romance "Regina", que ficou inacabado.

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