Ana Plácido

A escritora Ana Plácido (Ana Augusta Vieira Plácido) nasceu no Porto em 1831 e morreu em São Miguel de Seide (Vila Nova de Famalicão) em 1895. A sua carreira literária regista romances, poemas, críticas literárias, traduções, adaptações e correspondência, sendo os seus textos muitas vezes assinados com nomes masculinos; Gastão Vidal de Negreiros e Lopo de Sousa são os seus pseudónimos mais conhecidos. No plano pessoal, Ana Plácido ficou notabilizada por ter sido mulher do escritor Camilo Castelo Branco.

Algumas das publicações que contaram com a colaboração de Ana Plácido: "A Esperança – Semanário de Recreio Literário", "Revista Contemporânea de Portugal e Brasil", "O Ateneu", "O Civilizador", "Diário Ilustrado", "O Leme", "O Nacional".

Em 1863 publicou o seu primeiro romance, "Luz Coada por Ferros", uma obra em tom amargo, onde Plácido recorda o tempo em que esteve presa na Cadeia da Relação do Porto por adultério, em virtude da sua relação com Castelo Branco. Na dedicatória à memória da irmã Maria José, escreveu:

[…] «Grande parte destes escritos nasceram na calamitosa época do cárcere e do escárnio dos meus algozes, nunca saciados das torturas que me infligiram. Dedicar-te-hei, pois, estas páginas, onde por vezes aparece o teu nome como a estrela da manhã, rompendo a custo das sombras pesadas da noite: é um dever sagrado. Foste a minha única amiga neste mundo: não conheci afeição mais verdadeira.» […]

Em 1871, já a viver na Quinta de São Miguel de Seide (onde hoje funciona a casa-museu dedicada a Camilo), publicou o romance "Herança de Lágrimas" (Sibila Publicações, 2019). Sob o pseudónimo de Gastão Vidal de Negreiros, começou a publicar na "Gazeta Literária do Porto" o romance "Regina", que ficou inacabado.