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Felizes Anos de Castigo

Fleur Jaeggy

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Detalhes do Produto

Sinopse

«Passaram tantos anos, e ainda torno a ver o seu rosto, um rosto que busquei noutras mulheres, que nunca encontrei. Era muito íntegra. Uma coisa perigosa. […] Nunca demos a mão. E tê-lo-íamos achado ridículo. Viam-se pelos caminhos rapariguinhas de mão dada, a rirem-se, a ‘fazerem de amigas’, a fazerem de amantes. Em nós, havia uma espécie de fanatismo que impedia qualquer efusão física.»

Felizes anos de castigo conta a história de uma rapariga à procura de si mesma, num colégio interno suíço, nos anos 1950. Respira-se aqui uma atmosfera densa de cativeiro, sensualidade inconfessada e alienação. A protagonista é uma rapariga incomum, que se deixa fascinar por uma outra, bela, sofisticada e inteligente. Entre elas nasce uma relação ambígua, de luz e sombra. Num estilo límpido mas pleno de frémito, Fleur Jaeggy faz reverberar nesta narrativa a corda secreta de um mundo apartado da realidade, onde se vê, numa voragem, «a vida passar pelas janelas».

Felizes anos de castigo pertence a uma linha do tempo mais indefinida do que a época ou as pessoas que retrata: desenrola-se na memória, essa espécie de século à parte dos outros.

«Uma escritora magnífica, brilhante, selvagem.» Susan Sontag

«A caneta de Fleur Jaeggy é como a agulha de um entalhador a desenhar as raízes, os galhos e os braços da árvore da loucura — uma prosa extraordinária. Tempo de leitura: quatro horas. Tempo de recordação: a vida inteira.» Joseph Brodsky

«Fleur Jaeggy possui o invejável dom do olhar inaugural sobre as pessoas e as coisas, entretecendo uma mistura de frivolidade circunstancial e sabedoria autoritária.»

Ingeborg Bachmann

«Ler Fleur Jaeggy é parecido com mergulharmos nus num roseiral negro, de tal modo ficamos perplexos perante tamanha beleza: é um gesto veloz e espinhoso, e emergimos do lado de lá cobertos de sangue.»

The Paris Review

«[Uma escrita] de pequena escala, intensa, impecavelmente incisiva.»

The New Yorker

«Tal como quase todas as assombrações, os livros de Fleur Jaeggy são muitas vezes barrocos, mas lançam um estranho feitiço e fazem com que os leitores se lembrem deles, sobretudo, como austeros.»

The New York Review of Books

«Sublime, áspero, triste. [Um romance] excepcional.»

Literary Hub

«A astúcia de Jaeggy na condensação do detalhe narrativo é simultaneamente apaziguadora e inquietante. Sob uma superfície plácida e iridescente, espreita uma ameaça de violência […] que contribui para a forte impressão de que as pessoas e as vidas das pessoas são imprevisíveis, seguindo o seu curso de acordo com uma desobediência estéril e impassível.»

Los Angeles Review of Books


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Amostra

Autor

Fleur Jaeggy

Fleur Jaeggy nasceu em 1940, em Zurique. Passou a infância e adolescência em colégios internos na Suíça. Trabalhou brevemente como modelo fotográfico, antes de se mudar para Roma, nos anos 1960, onde passou a frequentar o círculo literário da época e se tornou amiga de escritores como Ingeborg Bachmann, Thomas Bernhard, Italo Calvino ou Joseph Brodsky. Em 1968, foi viver para Milão e começou a colaborar com a Adelphi, icónica casa editorial italiana. Nesse mesmo ano, casou-se, em Londres, com o escritor e editor Roberto Calasso, fundador da Adelphi. Traduziu Marcel Schwob, Thomas de Quincey e Robert Schumann; escreveu sobre John Keats e Robert Walser. Entre 1968 e 2014, publicou oito livros — uma obra breve, mas unanimemente reconhecida como intensa, peculiar, inesquecível. Felizes anos de castigo saiu em Itália em 1989, recebendo os prémios Bagutta, Speciale Rapallo, Boccaccio Europa e John Florio. Até agora inéditos em Portugal, os seus romances estão editados em mais de vinte línguas, e Fleur Jaeggy alcançou o prestígio literário dos escritores de culto em todos os países onde está publicada. Continua a viver em Milão, mantendo um quotidiano de quase reclusão.


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