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Detalhes do Produto

  • Editora: Documenta
  • Categorias:
  • Ano: 2022
  • ISBN: 9789895680702
  • Número de páginas: 96
  • Capa: Brochada

Sinopse

Aprendi com Kleist que não há mal absoluto (o que não afecta o conceito de mal radical nem a sua versão arendtiana de «banalidade do mal»), quase equivalente a «Deus escreve direito por linhas tortas» ou a uma concepção cósmica do mal. Bem, cósmico é capaz de ser exagerado, talvez seja suficiente subir ao pico de um monte (e não é preciso que seja nos Himalaias).

Vemos então que os atrasos e os adiamentos da exposição da Ana Izabel (desde 2019), que pareciam tão irritantes e desmoralizadores, acabaram por se mostrar favoráveis, propícios. A artista mudou tudo, a primeira leva de desenhos de jardins a tinta-da-china (caneta) sobre papel foi despachada para lugar protegido e, em vez deles, apareceram vinte desenhos em papel de arroz pincelado a tinta-da-china diluída em água e três dezenas de pequenas esculturas, moldadas em terra, que espontaneamente foram baptizadas como Orelhas. E são. Agora fazem parte de um conjunto chamado Nuit. Os desenhos chamam-se Floresta.

[…]

Não será por acaso que Ana Izabel Miranda Rodrigues começou por preparar a exposição para a Giefarte com uma série de desenhos de jardins, e depois os substituiu pela série das florestas. Continuamos no reino elementar (as plantas alimentam-se directamente de luz e de ar, a água e a terra penetram nelas através dos seus órgãos), em que o desejo sossega e as angústias do tempo tendem a apaziguar-se, isto é, o encontro consigo mesma aprofunda-se. Aí o ouvido nocturno põe-se alerta e dispõe-se a escutar.

[Maria Filomena Molder]

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Autor

Ana Izabel Miranda Rodrigues

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