"Através das minhas telas, passei décadas a dar a insuportável profundidade da realidade. Sempre em luta, sempre em luta! Quis avançar sozinho contra a turba demente. Bem sabia que era necessário não ficar prisioneiro da ilusão mimética nem aceitar os cânones académicos! A minha pintura anunciou a chegada de uma sensualidade selvagem e sem rédea. Foi isso que perturbou de forma tão profunda os meus antagonistas."

Sempre pronto a desafiar as convenções sociais, Coubert foi um iconoclasta. Era carismático, de personalidade muito vincada e os seus quadros protagonizaram vários escândalos. Foi criticado pelas suas simpatias republicanas, democráticas e socialistas, por se relacionar com Proudhon, por ser um pintor "realista" e por não fazer concessões às regras académicas que vigoravam nos salões. Foi um dos primeiros pintores a assumir plenamente a sua condição de produtor de valor, num mercado de arte submetido às leis gerais da economia, organizando e pagando do seu bolso algumas exposições.