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Detalhes do Produto

Sinopse

“Em 1958, ano em que foi escrito Fim do Tormento, H.D. (Hilda Doolittle) tinha 72 anos, e Ezra Pound 73. Pound ia finalmente ser libertado pela justiça americana depois de quase quatorze anos de cativeiro. O editor de H.D. pediu-lhe que escrevesse uma evocação do encontro de ambos, e do namoro de três anos, quebrado por Pound em 1908. H.D. escreveu um diário que entretece essas recordações, com mais de cinquenta anos, com referências ao quotidiano da clínica em que se encontrava na altura, assim como notícias que lhe vão chegando da iminente libertação de Ezra Pound.

O estilo de H.D. é alusivo, elíptico, digressivo. Fim do Tormento é um texto emocionado que faz reviver a juventude de dois dos maiores poetas americanos – Ezra Pound o inspirador literário de muitos poetas do século XX e uma das figuras mais importantes de toda a literatura, e H.D., voz maior da poesia americana, pouco conhecida na Europa e inédita em Portugal.

Junto com Fim do Tormento publica-se um livro de poemas de juventude de Pound, O Livro de Hilda, escrito para Hilda Doolittle aos 19 anos, e oferecido a H.D. numa encadernação artesanal feita pelo próprio Pound. São poemas de um virtuosismo magistral, feitos “ao modo de” Chaucer, Shakespeare, Robert Browning, e muitos outros poetas de língua inglesa que Pound admirava.

Acrescentaram-se também ao volume 4 poemas longos de H.D., escritos na mesma época, talvez inspirados em Ezra Pound, e que são uma primeira introdução a esta voz fundamental da poesia americana do século XX que é Hilda Doolittle.”

Filipe Jarro

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Autor(es)

Ezra Pound

Ezra Weston Loomis Pound nasceu a 30 de Outubro de 1885, numa pequena cidade mineira do Idaho, no noroeste dos Estados Unidos da América, mas mudou-se ainda bebé para Filadélfia, na costa oeste, onde a pequena família de classe média — Pound era filho único — se fixou.
Pound formou-se na Universidade da Pensilvânia, onde estudou literatura e gramática inglesas, bem como diversas línguas — latim, grego, provençal, francês, italiano, alemão… Aí conheceu William Carlos Williams e H. D. (Hilda Doolittle) com quem iniciou amizades que durariam toda a vida.
Em 1907, tornou-se professor de Línguas Românicas no Indiana, e publicou os primeiros artigos de crítica literária. No ano seguinte, porém, já escritor de poesia e com um livro rejeitado por uma editora americana, decidiu rumar à Europa; Gibraltar primeiro, depois Veneza, onde publicou o seu primeiro livro de poemas, «A Lume Spento».
Assentou por fim em Londres, onde iniciou colaboração regular como crítico na revista literária «New Age», e mais tarde na «Poetry», de Chicago, como correspondente londrino. Integrou ainda o grupo modernista de T. E. Hulmes, que viria mais tarde a tornar-se o movimento Imagista, com outros autores como H. D., Ford Madox Ford, William Carlos Williams, John Gould Fletcher, e F. S. Flint.
A influência de Pound na poesia anglo-americana foi aumentando, e ele divulgou autores como Robert Frost ou D. H. Lawrence, mas o seu contributo para as letras foi mais além; orientou o trabalho de Yeats, já famoso na altura, sugerindo-lhe um novo estilo, moderno, e apoiou os novatos James Joyce e T. S. Eliot no início dos seus percursos literários.
Pound prosseguiu entretanto com a publicação da sua própria poesia; a partir do trabalho do grande orientalista Ernest Fenollosa, compôs versões inglesas da poesia chinesa antiga («Cathay», em 1915), e de peças japonesas de Noh (em 1916-17). Em 1917, publicou os três primeiros «Cantos» de um total que contaria cento e vinte e cuja produção o acompanharia pelo resto da vida. Manteve-se também dedicado ao movimento Imagista, que liderou, defendendo uma linguagem directa e clara para criar imagens precisas na poesia. Em finais de 1914, acabaria por redefinir a sua concepção de imagem, e fundou um novo movimento — o Vorticismo.
Profundamente perturbado com o desenrolar da Primeira Guerra Mundial, Pound decidiu mudar-se para Paris, mas antes de partir deixou publicados dois importantes trabalhos poéticos — o poema «Homage to Sextus Propertius», no livro «Quia Pauper Amavi», de 1919, e «Hugh Selwyn Mauberley», de 1920.
A estadia de Pound em Paris durou até 1924; ali conviveu com os dadaístas, conheceu e ajudou o jovem escritor Ernest Hemingway, escreveu a ópera «Le Testament», e envolveu-se profundamente na edição do livro «The Waste Land», de T. S. Eliot, enquanto manteve colaboração com revistas e jornais literários. Rumou depois a Rapallo, na Itália, onde viveria nos vinte anos seguintes. Editou a sua própria revista, «The Exile», prosseguiu na publicação dos «Cantos» e acentuou o seu interesse pela música, promovendo diversos concertos de música clássica.
Em 1934, publicou o «ABC da Leitura». Nele, Pound apresenta-nos uma cartilha para nos ensinar — a todos nós, comuns leitores — a arte da leitura: diz-nos o que ler e como. Começa por sugerir um método para apreciar e compreender a melhor literatura do mundo, prossegue deixando excertos dos textos essenciais, e conclui com um esclarecedor «Tratado de métrica» para ensinar a ler poesia.
Foi por altura da Grande Depressão dos anos 1930 que Pound começou a aprofundar os temas de história económica e reforma monetária e, embora já antes tivesse escrito comentários anti-semitas nalguns dos seus artigos, envolveu-se na política, aproximando-se de Mussolini e, mais tarde, apoiando Hitler. Foi preso pelas tropas norte-americanas que libertaram Itália após a Segunda Guerra Mundial. Acusado de traição, foi considerado mentalmente inapto para julgamento e internado num hospital psiquiátrico nos Estados Unidos, onde ficou durante doze anos.
A prisão e o internamento não lhe travaram o trabalho, e continuou a traduzir e a escrever o seu longo poema «Cantos», que, apesar disso, e das suas oitocentas páginas, ficaria inacabado; depois de regressar a Itália, em 1958, Pound remeteu-se ao silêncio.
Morreu em Veneza, em 1972. Para o inventário, ficam setenta livros publicados, colaborações em outro tanto, mais de mil e quinhentos artigos. «Os Cantos», a sua obra de vida, permanece como uma das obras maiores do modernismo.

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