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Sinopse

"Composto por cerca de cinco dezenas de poemas, Escopro Luz é o título da sua mais recente obra de poesia, o quinto livro de poesia, pressupondo naturalmente um percurso de escrita anterior, mas destacando-se por alguns novos rumos e uma nova respiração. A dupla imagem do título, aparentemente paradoxal, pode gerar no leitor a expectativa equívoca de verticalidade e de instrumento cortante de perfuração (da pedra ou dos ossos humanos), por um lado; e, por outro, da horizontalidade envolvente da luz que se demanda. Manejar o escopro sobre a pedra, como no trabalho criativo do ancestral Fídias, pode ser lido, metaforicamente, como forma equivalente do uso da pena sobre a matéria de si próprio? Ambos os actos inscrevem, ferem e esculpem determinado objecto, seja estátua de granito, seja corpo de carne viva, seja a lapidar construção da escrita, num exercício de recomposição, que evita o barroco e o supérfluo. (Anote-se que a imagem da pedra dura, do seu polimento ou de outras valências semânticas associadas, mostra-se bem relevante na poética do citado Paul Celan, exarado na epígrafe inicial). A dupla metáfora do título indiciará assim o movimento ambíguo que vai intropecção ou cirurgia nocturna, até ao desejado encontro da luz, o mesmo é dizer, do corte a uma nova claridade, numa renovada escultura do Eu ou do rosto, se assim Podemos falar. Podemos encontrar a imagem rica do escopro na poesia de autores tão diversos como António Gedeão, Vitorino Nemésio ou Murilo Mendes, entre outros. De comum, a relação do escopro coma (re)construção da obra, do corpo ou da existência, partindo das metáforas tão diversas como o escopro de vidro ou a pedra aparelhada, assim associados ao ser e ao tempo da luz da criação artística. Nesta escrita, e numa aproximação ainda exterior, o leitor depara-se igualmente, et pour cause, com alguns marcos intertextuais explícitos, sob a forma de citação, epígrafe, dedicatória e referência: Paul Celan, Hussein Hasbach, Paul Valéry, Ruy Belo, Thomas Mann, Marcel Proust. Estas e outras menções, mais ou menos implícitas, denunciam afinidades electivas e, consequentemente, possíveis caminhos de enriquecimento de sentido.”

In prefácio de José Candido de Oliveira Martins


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Autor

Maria João Cantinho

Maria João Cantinho nasceu em Lisboa, em 1963, e viveu a sua infância em Angola. Regressou em 1975 a Portugal e estudou na Universidade Nova de Lisboa, onde se licenciou em Filosofia e realizou uma dissertação de mestrado tendo-se doutorado em Filosofia Contemporânea.

Atualmente é professora no Ensino Secundário e Professora Auxiliar no IADE (Creative University of Lisbon), Membro integrado do Centro de Filosofia da Faculdade de Letras de Lisboa, Membro Associado do Collège d’Études Juives et de Philosophie Contemporaine. É também Membro da Direção do Pen Clube Português, da APE (Associação Portuguesa de Escritores) e da APCL (Associação Portuguesa de Críticos Literários). É colaboradora na Revista Colóquio Letras e em diversas revistas literárias e académicas e membro do Conselho Editorial do Caderno do Grupo de Estudos Walter Benjamin.

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