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Sinopse

Tem-se escrito muito acerca de Cervantes. Contudo, o consagrado autor do “Dom Quixote” continua a ser mal conhecido. Em parte pelas dificuldades para sondar os múltiplos enigmas da sua vida; mas também porque, pelo menos a partir do século XVIII, sendo pouco lidas as suas produções literárias, com excepção das respeitantes às aventuras do “fidalgo da Mancha” e das “Novelas Exemplares”, Cervantes foi interpretado, e caracterizado, à luz de ideias que nem eram as suas nem as dominantes na sociedade na qual se achava plenamente integrado. Acrescem as abusivas fantasias acerca da hipótese de se tratar de um cristão-novo, e até acerca de uma também hipotética homossexualidade.
Entre as circunstâncias respeitantes a Cervantes geralmente ignoradas, esquecidas ou deturpadas, contam-se as referências a Portugal e aos portugueses, sempre de muito carinhosa, respeitosa, e até arrebatada, admiração, na base das quais se forjou a lenda de ser portuguesa a mãe da sua filha bastarda, atribuindo-se também, por vezes, ao “inválido de Lepanto” a participação nos enfrentamentos militares tendo por objecto a ocupação dos Açores, o que igualmente não corresponde à verdade. Mais de trinta anos após a viagem a Portugal, no seu último romance, publicado postumamente, Cervantes renovou, mais rasgadamente ainda do que em obra anterior, os louvores de Portugal, dos portugueses e da cidade de Lisboa, por ele julgada a mais bela e rica do seu tempo, a tal ponto que, no citado romance, o vigia, quando a avistou, ao aproximar-se a nau da costa, qualificou de celestial aquela urbe, cabeça do Império lusíada.

Índice

1. Os enigmas cervantínos
2. A mitologia cervantína do século XIX
3. O itinerário castrense de Cervantes
4. O cativeiro de Cervantes
5. Os aspectos dramáticos da vida de Cervantes
6. A visão cervantina das coisa portuguesas
7. A vocação literária de Cervantes
8. As excelências da loucura em Cervantes
9. O sentido social da mensagem cervantina
10. A fidelidade de Cervantes ao entendimento cristão da vida
11. A fidelidade de Cervantes aos paradigmas hispânicos
12. A intemporalidade e a actualidade de Cervantes

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Autor

Pedro Soares Martínez

Nasceu em Lisboa (1925), licenciou-se em Ciências Jurídicas (1947) e em Ciências Político-Económicas (1949) pela Faculdade de Direito de Lisboa, em cujo corpo docente ingressou, em 1950 como segundo-assistente. Doutorado em Ciências Político-Económicas pela mesma Faculdade (1953), foi seguidamente contratado como primeiro-assistente. Desde então tem aí regido disciplinas de Economia Política, Finanças, Direito Fiscal, Direito Corporativo, Direito do Trabalho, História Diplomática, História das Relações Internacionais e Filosofia do Direito. Foi aprovado, por unanimidade, em concursos de provas públicas, professor extraordinário e professor catedrático do Grupo de Ciências Económicas da referida Faculdade, respectivamente, em 1956 e em 1958. Também foi funcionário dos quadros diplomáticos do Ministério dos Negócios Estrangeiros, participou de diversas comissões de serviço público, desempenhou as funções de procurador à Câmara Corporativa (1960--1968) e as de ministro da Saúde e Assistência (1962-1963). Advogado pela Comarca de Lisboa, exerceu cargos de administração e de consulta em diversas empresas privadas, especialmente nos sectores bancário e segurador. Tem extensa colaboração em revistas e jornais, portugueses e estrangeiros. Director da Secção de Economia da Enciclopédia «Verbo», membro de numerosas instituições científicas e culturais, é sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa, Vice-Presidente da respectiva Classe de Letras, sócio de número da Academia Portuguesa da História, sócio correspondente português do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócio correspondente da «Real Academia de la História» (Madrid) e da «Académia Nacional de la História», da Venezuela. É também professor da Universidade Católica Portuguesa.

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