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Cartas na Mesa - Correspondência para Serafim Ferreira (1966-1998)

Luiz Pacheco, Serafim Ferreira

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Detalhes do Produto

Sinopse

Nesta terceira edição aumentada de Cartas na Mesa, reúnem-se cinquenta e duas cartas e bilhetes-postais enviados por Luiz Pacheco a Serafim Ferreira entre Abril de 1966 e Setembro de 1998. Nelas, pode observar-se o propósito epistolar do autor de Textos Malditos, de sempre se mostrar incómodo, implacável e cáustico nas muitas setas (literárias) desferidas em várias direcções, por ser claramente um observador privilegiado da nossa literatura. De facto, pouco ou nada escapa a Luiz Pacheco, porque tudo ele anota ou aponta, recrimina ou lamenta através da mais viva mordacidade, da crítica azeda ou do elogio irreverente, em páginas ou desabafos que muitas vezes revelam essa amargurada raiva pela vida de infortúnio tão  doridamente experimentada. Mas nesse modo de se revelar um inconformista conformado com o seu destino, estas Cartas na Mesa muito contribuem para a melhor compreensão da obra literária de Luiz Pacheco, marcada por uma firme vontade de intervenção, e longe de qualquer espécie de literatice, confirmando a sua vocação epistolográfica nas largas centenas de cartas que escreveu a tantíssima gente, sob os mais variados pretextos, e de que Cartas na Mesa se revela como o primeiro conjunto desse caudal epistolar. Serafim Ferreira

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Autor(es)

Luiz Pacheco

Luiz Pacheco nasceu a 7 de Maio de 1925, em Lisboa, numa família de classe média. Estudou no Liceu Camões, onde formou o primeiro círculo de amigos, entre os quais, José Cardoso Pires e Jaime Salazar Sampaio. Foi aí também que ganhou o gosto pela escrita, e mesmo pela edição. Em 1946, iniciou funções como agente fiscal da Inspecção Geral dos Espectáculos, mas foi ainda em 1944 que começou a publicar regularmente artigos em jornais e revistas, maioritariamente de crítica literária e cultural, que lhe valeram algumas polémicas. No fim da década de 50, resolveu livrar-se do emprego fixo, abandonando definitivamente fato, gravata, a vida burguesa e o patrão aliado à censura e ao regime, mas livrou-se também do salário fixo que lhe permitia sustentar a família, já com dois filhos pequenos, passando a viver, sempre à justa, de traduções e revisão de textos. Em 1950, fundou a Contraponto, editora em que publicou autores como Raul Leal, Vergílio Ferreira, Mário Cesariny, Natália Correia e Herberto Helder, entre outros. A vida pessoal de Pacheco foi atribulada; teve oito filhos de três mães adolescentes; viu-se preso várias vezes, quer pelas relações com menores, quer pelos textos que escreveu; o abandono do emprego e a renúncia à vida burguesa trouxeram-lhe os dissabores da pobreza e a necessidade de contar com a ajuda de amigos; o refúgio no álcool durou cerca de duas décadas; a homossexualidade acompanhou-lhe a fama de libertino, e tinha muitos problemas de saúde, embora fosse reconhecidamente hipocondríaco. Tudo aproveitou enquanto escritor. Privilegiou as narrativas curtas, profundamente autobiográficas, fundando uma corrente literária que o próprio apelidou de neo-abjeccionismo. O género epistolográfico era um dos que mais lhe agradavam, juntamente com o diarístico. Passou os últimos anos da vida em lares, quase cego e com a saúde muito debilitada. Morreu a 5 de Janeiro de 2008.

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Serafim Ferreira

Serafim Ferreira nasceu no Porto, em 1939 e dedicou uma vida aos livros; foi escritor, crítico literário, tradutor e editor. Rendeu-se cedo ao ofício de editor, ainda no Porto, nos anos 1960, com o semanário literário Saturno. Ainda nessa década, instalou-se em Lisboa, onde foi responsável da Editora Ulisseia, dirigindo mais tarde, já na década de 1970, a programação do Círculo de Leitores. Após o 25 de Abril de 1974, fundou duas editoras; a Diabril e a Fronteira. Enquanto editor, foi responsável por dar a conhecer autores como Herberto Helder, Eduardo Lourenço, Raul de Carvalho e Urbano Tavares Rodrigues, José Marmelo e Silva, entre outros. A par desta actividade, Serafim Ferreira colaborou como crítico literário em diversos jornais e revistas — Diário de Lisboa, Diário Popular, República, A Capital, Jornal do Fundão, Jornal de Letras e Artes, Colóquio/Letras —, destacando-se, pela regularidade, o seu trabalho com o Jornal de Notícias e a revista Vida Mundial. Serafim Ferreira foi ainda tradutor — Gorki, Frantz Fanon, John Reed, Roger Vailland, Jorge Luís Borges —, organizou diversas antologias, quer de poesia quer de ficção, e foi também escritor, actividade a que se dedicou em pleno a partir da década de 1980. Serafim Ferreira morreu em Lisboa, em 2015.

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