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Cartas ao Léu. Correspondência para João Carlos Raposo Nunes (1990-2003)

Luiz Pacheco

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Sinopse

Nestas cartas, todas elas escritas na última estação da vida, a mais fria e nua, não há sarcasmo ou o azedume seco de um homem velho. O que lá encontramos é antes gozo infantil, inocente, generoso, capaz de fazer justiça ao certeiro perfil que lhe tirou Raposo Nunes no dia em que lhe editou os Textos Sadinos, um menino de asas e calças curtas, sobrevoando galáxias, rindo muito, falando mais e espalhando felicidade com a sua língua de oiro, uma espécie de Peter Pan à portuguesa conduzindo a sua turma até às estrelas e lutando sem descanso contra os trafulhas da cultura e os piratas das Letras. Daí as carinhosas interpelações ao destinatário, as brincadeiras consigo próprio (a caminho algumas vezes do Paraíso, outras da Academia), as travessuras com a língua.

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Autor

Luiz Pacheco

Luiz Pacheco nasceu a 7 de Maio de 1925, em Lisboa, numa família de classe média. Estudou no Liceu Camões, onde formou o primeiro círculo de amigos, entre os quais, José Cardoso Pires e Jaime Salazar Sampaio. Foi aí também que ganhou o gosto pela escrita, e mesmo pela edição. Em 1946, iniciou funções como agente fiscal da Inspecção Geral dos Espectáculos, mas foi ainda em 1944 que começou a publicar regularmente artigos em jornais e revistas, maioritariamente de crítica literária e cultural, que lhe valeram algumas polémicas. No fim da década de 50, resolveu livrar-se do emprego fixo, abandonando definitivamente fato, gravata, a vida burguesa e o patrão aliado à censura e ao regime, mas livrou-se também do salário fixo que lhe permitia sustentar a família, já com dois filhos pequenos, passando a viver, sempre à justa, de traduções e revisão de textos. Em 1950, fundou a Contraponto, editora em que publicou autores como Raul Leal, Vergílio Ferreira, Mário Cesariny, Natália Correia e Herberto Helder, entre outros. A vida pessoal de Pacheco foi atribulada; teve oito filhos de três mães adolescentes; viu-se preso várias vezes, quer pelas relações com menores, quer pelos textos que escreveu; o abandono do emprego e a renúncia à vida burguesa trouxeram-lhe os dissabores da pobreza e a necessidade de contar com a ajuda de amigos; o refúgio no álcool durou cerca de duas décadas; a homossexualidade acompanhou-lhe a fama de libertino, e tinha muitos problemas de saúde, embora fosse reconhecidamente hipocondríaco. Tudo aproveitou enquanto escritor. Privilegiou as narrativas curtas, profundamente autobiográficas, fundando uma corrente literária que o próprio apelidou de neo-abjeccionismo. O género epistolográfico era um dos que mais lhe agradavam, juntamente com o diarístico. Passou os últimos anos da vida em lares, quase cego e com a saúde muito debilitada. Morreu a 5 de Janeiro de 2008.

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