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Carta de Pêro Vaz de Caminha

Manuel Simões

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Sinopse

A narrativa de Caminha é, além do mais, um instrumento de conhecimento que alarga a própria concepção do mundo. Nela se faz a exaltação da terra recém-descoberta e do homem novo e diverso, contribuindo não pouco para a difusão do mito adâmico, da natureza edénica e d a inocência do “outro”, este último mito mais tarde assumido por uma Europa desencantada, para o qual se transfere, através do conceito do “ bom selvagem”, a necessidade de evasão.

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Do ponto de vista literário, a “Carta” atinge níveis de relevo se pensarmos, por exemplo, nos “retratos” compostos pelo Autor na tentativa de descrever a novidade de um povo com características somáticas, etnográficas e antropológicas ainda não observadas por um olhar europeu.

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Autor

Manuel Simões

Manuel Simões, poeta, tradutor e ensaísta, nasceu em Jamprestes, Ferreira do Zêzere.

• Foi um dos fundadores da colecção (depois editora) Nova Realidade (1966) e pertenceu à redacção da revista Vértice (1.a série) entre 1967 e 1969.

• Professor do Ensino Secundário (1969-1971) na extinta Escola Veiga Beirão, viveu a seguir em Itália de 1971 a 2003, país onde foi inicialmente Leitor de Português nas Universidades de Bari e de Veneza, e, depois, professor associado de literaturas portuguesa e brasileira na Universidade “Ca’Foscari” de Veneza (1975-2001), tendo sido igualmente professor de literatura portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade de Florença entre 1986 e 1989.

• Foi um dos fundadores, em 1978, da revista Rassegna Iberistica (Veneza), a cuja redacção pertenceu até 2012.

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