A SITUAÇÃO PORTUGUESA AO LONGO DO SÉCULO XIX, referenciando-se as mais importantes influências do pensamento reformador no campo da penalidade e das prisões, as realizações conseguidas face aos particularismos da nossa História oitocentista e o significado da prisão no contexto de outras medidas penais.

A vida na prisão é abordada a partir de um EXEMPLO DE CASO – o da CADEIA DA RELAÇÃO DO PORTO , onde o espaço arquitectónico é um cenário de entendimento essencial da organização do sistema, das suas estruturas de vigilância e de controlo e das práticas informais que pautavam o dia a dia na prisão. O texto analisa a sociologia dos seus habitantes, isto é, a sua origem geográfica, a sua repartição sócio-profissional, o seu género, o estado civil e distribuição etária, a natureza dos seus crimes, assim como as condições de dentenção das mulheres e dos menores, dos degradados e dos condenados à pena última. Da rotina quotidiana do cárcere

sobrelevam as condições de sobrevivência dos reclusos, a sua sexualidade, a prática religiosa, o ensino e o trabalho, bem como as actividades clandestinas e a perversão dos regulamentos, numa perspectiva que procura abarcar sempre os dois lados da prisão...