No ano em que escreveu A Revolução Russa, Rosa Luxemburgo cumpria uma das várias penas de prisão a que foi condenada pela sua atividade política. Socialista e resistente à ocupação czarista da sua Polónia natal desde jovem, entusiasmara-se profundamente com a Revolução de Outubro no ano anterior, em 1917. Esta natural solidariedade, porém, não a impediu de antecipar preocupação com algumas medidas avançadas pelos Bolcheviques, tais como a centralização do poder na figura de Lenine, a criação de um sistema de partido único e a supressão de liberdades civis.
O compromisso de Luxemburgo com o socialismo, a democracia e a revolução, bem como o seu ativismo antibélico, traduziu-se numa vida de perseguição política e controvérsia que, não obstante, marcou e influenciou indelevelmente o pensamento político europeu até hoje.
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Rosa Luxemburgo
Nasceu na Polónia a 5 de março de 1871, em Zamosc, na Polónia. Formada em economia política e direito, foi uma figura chave na teorização e implementação do socialismo europeu no início do século XX. Foi assassinada em 1919.
Em maio de 1898, parte para a Alemanha, onde adere à social-democracia. Participa na redação do Sächsische Arbeiterzeitung. Inicia uma polémica contra o «revisionismo» de Eduard Bernstein e publica o seu famoso ensaio "Reforma ou Revolução?".
O discurso que pronuncia no congresso social-democrata em Dresden em 1903 leva a que seja condenada a três meses de prisão. Na primavera de 1904, escreve Questões de Organização da Social-Democracia Russa, criticando as teses do «centralismo democrático» leninista.
Em 1905, participa na insurreição de Varsóvia, o que a leva de novo à prisão.
Em radical oposição aos vários partidos socialistas que apoiam os seus governos na Primeira Guerra Mundial, acaba por ser presa em 1915, escrevendo uma brochura que assina com o pseudónimo Junius.
Participa em várias manifestações contra a guerra com o seu companheiro Karl Liebknecht, o que leva a que fique detida até à revolução de novembro de 1918.
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