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90 e mais Quatro Poemas

Constantino Cavafy, Jorge de Sena

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Sinopse

90 e mais Quatro Poemas, reúne grande parte da poesia de Cavafy, nome maior da poesia em grego moderno. A tradução, esgotada há muito, é a de Jorge de Sena, considerada por muitos a mais perfeita de todas as traduções da poesia do grego de Alexandria.

«Outcast nacional e social, como cultural, Cavafy é assim um simbolista, contemporâneo e irmão dos simbolistas fundadores, mas que viveu o suficiente e que estava em condições excepcionais para, reflectindo isoladamente sobre a sua arte, transformar-se, como outros não transformaram, num grande poeta moderno. Ele é assim, ao mesmo tempo, uma das últimas florações do simbolismo, e um dos primeiros poetas modernos: nele, tudo o que fora o fim do século XIX se transfigura numa revelação pessoal que faz da exclusividade individual, e da interpretação da história, uma moderna, por esteticamente objectiva, visão do mundo.» [Jorge de Sena, «Comentário Histórico à Tábua Biográfica e Situação Histórico-Literária na Poesia Ocidental», in 90 e mais Quatro Poemas, Constantino Cavafy.]


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Autor(es)

Constantino Cavafy

Constantino Cavafy nasce em Alexandria a 29 de Abril de 1863 (17 de Abril, de acordo com o calendário Juliano), último dos nove filhos de Pedro João Cavafy e de Caricleia Fotiady, ambos de boas famílias gregas de Constantinopla. O pai emigrara para Alexandria em 1850, para ficar à testa da representação da firma da família, dedicada sobretudo à exportação do algodão egípcio.

Habituados a viver de acordo com os padrões da alta aristocracia comercial de Alexandria, com a morte e Pedro Cavafy, em 1872, a família vê-se em dificuldades financeiras, e, em 1872, ruma a Inglaterra, para regressar a Alexandria em 1879, já após a extinção do negócio da família.

As agitações nacionalistas que se fazem sentir no Egipto, em 1882, levam a família Cavafy a fugir novamente, desta vez para Constantinopla. Apesar de a maioria dos irmãos regressar pouco tempo depois, Cavafy e a mãe apenas retornam a mãe Alexandria em 1885.

Em 1892, Cavafy emprega-se como funcionário do Ministério da Irrigação, onde trabalhou por trinta anos, mantendo paralelamente uma actividade como corretor da bolsa.

Cerca de 1895, o poeta trava relações com Péricles Anastasíades, sete anos mais novo do que ele, homem educado na Inglaterra, interessado em literatura, e pintor amador. Os poemas e notas que o poeta lhe envia serão a Colecção Anastasíades, hoje uma das bases para o estudo da sua obra. É com a ajuda financeira deste amigo que Cavafy viaja pela primeira vez à Grécia, em 1901, onde estabelece relações literárias. A revista Panatheneum publica, em 1903, doze poemas de Cavafy e uma nota sobre a sua poesia. O seu primeiro livro, 14 poemas, sairá em 1904, e o segundo, que acrescenta doze aos catorze anteriormente coligidos, em 1910. Entre estas duas datas, publica na revista Nea Zoe, e alguns dos seus poemas são traduzidos para inglês por um dos seus irmãos.

Por altura da Primeira Guerra Mundial, o poeta conhece E. M. Forster, ao serviço da cruz Vermelha em Alexandria.

Em 1932, Cavafy é diagnosticado com um cancro na garganta, vindo a falecer no ano seguinte, a 29 de Abril de 1933.

Em 1935 é publicada, em Alexandria, a obra Poemas Completos.

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Jorge de Sena

Jorge de Sena nasce em Lisboa, a 2 de Novembro de 1919. Filho único, torna-se aos catorze anos o único sustento da família quando o pai, comandante da marinha mercante, sofre um acidente de trabalho que lhe custa a amputação de uma perna. Ingressa, em 1937, na Escola Naval, mas é expulso no ano seguinte, após uma viagem no navio-escola Sagres, como primeiro cadete. Porém, a experiência na Armada, à época da Guerra Civil de Espanha, e do crescimento do Estado Novo em Portugal, deixa marcas que viria a transpor para a sua obra. É o caso dos contos «Duas Medalhas Imperiais com Atlântico» [Andanças do Demónio, 1966], e «A Grã-Canária» [Os Grão-Capitães, 1976].

Acaba por seguir estudos em Engenharia Civil, curso que termina em 1944, no Porto. Já dera, porém, os primeiros passos na poesia, publicando o seu primeiro livro de poemas, Perseguição, em 1942, editado pelos Cadernos de Poesia. Em 1949, casa com Mécia de Freitas Leça, altura em que acumula as tarefas de engenheiro civil na Junta Autónoma de Estradas com as de tradutor, director-literário e revisor.

Em 1959, na sequência do seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado, a 11 de Março, procura exílio no Brasil, onde lecciona primeiro Teoria da Literatura, e depois Literatura Portuguesa. Aí obtém o diploma em livre-docência, para o qual se naturaliza brasileiro, em 1963, e o doutoramento em Letras. São anos de grande produção para Jorge de Sena; investiga sobre o Maneirismo de Luís de Camões, estuda Fernando Pessoa, escreve peças de teatro e as obras Metamorfoses e Andanças do Demónio, onde se inclui inicialmente O Físico Prodigioso. Inicia a redacção de Sinais de Fogo.

O golpe militar no Brasil, em 1964, leva-o em busca de uma oportunidade para abandonar a instável situação política brasileira. Parte para os Estados Unidos em 1965, com Mécia de Sena e os nove filhos de ambos.

Jorge de Sena exerce nos Estados Unidos o cargo de professor catedrático do Departamento de Espanhol e Português, primeiro no Wisconsin, e mais tarde em Santa Barbara, na Califórnia, onde se manterá até ao fim da vida, a 4 de Junho de 1978.

Dizer que Jorge de Sena nos deixou uma obra de fôlego é, além de um cliché, dizer pouco. O Sena poeta legou-nos mais de vinte colectâneas de poesia; o Sena dramaturgo deixou-nos uma dezena de peças de teatro; na ficção, escreveu um romance autobiográfico e mais de trinta contos; o Sena professor, investigador e crítico deixou-nos cerca de quarenta volumes dedicados à crítica, ao ensaio, à história e teoria literária, ao teatro, ao cinema e às artes plásticas. Jorge de Sena foi ainda conferencista; director de publicações; coordenador editorial; consultor literário; e nos intervalos desta extensa produção, correspondeu-se com muitos outros escritores e intelectuais, deixando um importante legado epistolográfico.

O Sena tradutor confiou-nos as brilhantes traduções de ficção de autores como Faulkner, Hemingway, Graham Greene, Chestov, Erskine Caldwell, Evelyn Waugh, Eugene O’Neill ou André Malraux. E ainda duas grandes antologias de poesia universal, que editaremos brevemente na Maldoror, uma antologia da poesia de Emily Dickinson, e esta antologia da poesia de Cavafy, que Marguerite Yourcenar, também ela tradutora do poeta, considerava a mais perfeita de todas as traduções da poesia do grego de Alexandria.

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