Partilhar

Desconto: 10%
19,35 € 21,50 €
Wishlist Icon

Poderá gostar

Desconto: 10%
15,30 € 17,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
16,20 € 18,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
11,25 € 12,50 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
14,39 € 16,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
19,80 € 22,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
21,60 € 24,00 €
Wishlist Icon
Desconto: 10%
13,50 € 15,00 €
Wishlist Icon

Detalhes do Produto

Sinopse

Em 1964, li os quatro livros sobre Alexandria de Durrell e conheci João Miguel Fernandes Jorge. Um amigo inglês tornado comum emprestou-nos uma velha edição que trazia, quase quebrada, de Pharos and Pharillon de Forster, onde li pela segunda vez Cavafy. Mas só com uma certa extensão o reencontrei, em 1966, numa antologia da Penguin, onde vinha com três poetas gregos — um dos quais Seferis, que li aí pela primeira vez. Lembro-me de ter posto imediatamente em português todos esses poemas do de Alexandria para o João Miguel. Traduções do inglês, onde Kavafis teimava ainda em ser Cavafy e onde o tradutor do tradutor se afastava irremediavelmente do grego original.

Entretanto viram-se as gravuras de Hockney para alguns dos poemas. Entretanto foram publicadas as traduções de Jorge de Sena na Inova, só mais tarde entendidas como duvidosas. Entretanto eu rasguei toda a papelada de ambos entre mim e o João, na altura em que me confrontei com o mexer no montão das cartas e de outros papéis que sobravam do Ruy Belo, descobertas traumáticas de que nunca falarei.

Na segunda metade dos anos 80, encontrei Nikos Pratsinis num curso da faculdade. O Petrarca deste século (para tantos poetas de tantas línguas) poderia passar a conhecê-lo tal como era, uma vez que não podia desde sempre confrontar-me sozinho com o texto original. Em 1988 publicámos vinte e cinco poemas. Agora, depois de Poemas e Prosas em 1994, temos toda a poesia que Kavafis (com Eliot, para mim, o maior poeta da primeira metade do século XX) quis considerar inteiramente como a sua — exemplos de alguns poemas que ele deliberadamente afastou podem encontrar-se, todavia, espalhados pelo Prefácio e pelas Notas.

J. M. M.

Quando conheci Joaquim Manuel Magalhães num curso para estrangeiros na Universidade de Lisboa e ele me propôs traduzir alguns poemas de Kavafis fiquei francamente admirado: a poesia kavafiana ou devia existir em português — em tradução perfeita ou nalgum «homólogo nativo» — ou não poderia nunca «morar» numa língua que não fosse a sua língua materna grega. Note-se que, para os gregos, Kavafis se tornou um produto espontâneo da linguagem poética, causa das inúmeras citações de versos dele — quais lugares-comuns de hoje em dia.

O nosso trabalho para a primeira edição foi para mim uma surpresa: por ser prazer, por ser divertido — quando descobríamos a «taxa de lirismo acrescentado» imposta por outros tradutores para outras línguas —, por descobrirmos o labor do poeta através do nosso.

A tradução, como toda a tradução, não pode ser perfeita. Se o leitor achar os poemas belos isto é uma prova da generosidade do original e da nossa receptividade laboriosa.

Eu fiquei com o prazer de reencontrar Kavafis fora da sua pátria e da sua língua.

N. P.

Ler mais

Amostra

Autor

Konstandinos Kavafis

K. P. Kaváfis foi um poeta nascido em 1863 em Alexandria, Egito. Filho de mercadores abastados originária de Constantinopla, a família muda-se, após a morte do pai, para Liverpool, em Inglaterra, onde vivem durante cinco anos. De regresso a Alexandria, Kaváfis aí permaneceria o resto da vida, com a exceção de algumas viagens e uns anos em Constantinopla. Trabalhou, durante mais de três décadas, como funcionário dos serviços de irrigação da cidade, posto discreto e monótono. Os seus poemas circularam, primeiro em jornais e revistas, entre um grupo restrito de amigos e admiradores. É apenas em 1904, contava Kaváfis quarenta e um anos, que um grupo de catorze dos seus poemas aparecem editados pela mão do autor. No entanto, a publicação seria alargada, modificada, revista, num processo contínuo nos anos consecutivos, em pequenos cadernos ou folhas soltas distribuídos pelo próprio ou amigos do círculo íntimo, contendo sempre os mesmos poemas: primeiro ordenados por tema, depois por cronologia e acrescidos com algumas dezenas. Nos seus últimos anos circulavam três destes conjuntos, aos quais se acrescentaria uma composição inédita para perfazer os 154 poemas do cânone (publicados em 1935). Após ser diagnosticado com cancro da laringe, perderia a voz, comunicando apenas por sinais e notas rabiscadas em dezenas de papelinhos. Até que veio a morrer na cidade que sempre foi a sua, no dia do seu aniversário, a 29 de abril de 1933.

Ler mais