Foi aquela expressão, “suportes para pó”, que moldou o meu carácter, que tomou conta da minha vida, da minha gestão, que me fez detestar fazer compras, que ainda hoje me faz detestar objectos que só têm uma função, como raspadores de cenoura, panelas para cozer espargos, e muitos objectos que pura e simplesmente ignoro ou desconheço, mas que, em contrapartida, me faz adorar recuperar objectos e ser, para mim, um suplício a ideia de ter de abandonar qualquer objecto de família.

ISABEL CAETANO LEIRIA

***

Quadros da vida quotidiana de uma vila ribatejana dos anos 50 e 60, onde Isabel Caetano Leiria foi menina e adolescente.

Muitos lugares permanecem, muitos vizinhos e familiares também.