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Sinopse
Este livro foi publicado por ocasião da exposição Sombras Rosas Sombras, de Maria Capelo, com curadoria de Nuno Faria, realizada na Sociedade Nacional de Belas-Artes, de 13 de Maio a 7 de Junho de 2025.
São árvores mas poderiam ser corpos, são desenhos carbonizados que poderiam ser gravuras, são paisagens com céus estranhos e intensos, que quando percorridos evocam, fatalmente, visões de outros lugares visitados pela pintura ao longo dos tempos. Fogo e cinzas, tumulto e recolhimento, euforia e melancolia.
A exposição, cujo misterioso e belo título é tomado de empréstimo de um poema de Ingeborg Bachmann, é mais uma oportunidade de acompanhar de perto a formação de uma obra rara que se enraíza profundamente no tempo que nos é contemporâneo e que se constitui como uma busca incessante dos caminhos que conduzem ao encontro da pintura com o real.
Talvez nesta exposição, mais do que nas mais recentes de Maria Capelo, seja visível, mais do que sensível, esse movimento quase imperceptível que o encontro com a pintura (como com a poesia de que às vezes é tão próxima) por vezes propicia.
Não é que o léxico seja novo; a pintura de Maria Capelo convoca e combina invariavelmente o mesmo reduzido leque de elementos: árvores, arbustos, montanhas, nuvens, céus, charcos, várzeas, veredas.
[Nuno Faria]
Talvez seja mais ajustada neste caso a ideia de que as obras pictóricas se devem entender como mundos estranhos que há que descobrir, sem os colonizar com conceitos e categorias predefinidos. As descrições pormenorizadas, sem pretender inserir estas obras em qualquer corrente ou grupo artístico, evidenciam a individualidade inconfundível desta artista. […] Há nestas pinturas e desenhos de Maria Capelo qualquer coisa que reverbera, algo que talvez se possa designar como uma intensidade da atenção ou mesmo uma presença de espírito alarmada.
[Doris von Drathen]