Povoamento e Propriedade: entre o Zêzere e o Tejo (séc. XII XIV)
Maria da Graça Vicente
Sujeito a confirmação por parte da editora
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Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
- Categorias:
- Ano: 2016
- ISBN: 9789896895525
- Capa: Brochada
Sinopse
há territórios em Portugal que urgem o trato dos Grandes Historiadores: o triângulo
espacial de Entre o Zêzere e o Tejo e a fronteira com o país vizinho é um deles.
Apesar de poder ocupar-se dos fenómenos repetíveis, as cheias, as secas, os sismos, o
esgotamento de dados recursos, o trabalho essencial do historiador é a descoberta do homem
ator no contexto do passado: o território em que vive e a respetiva administração, os
recursos e a sua gestão, a concernente organização social, a esfera cultural e a
doutrinária, os imaginários e o numinoso, numa palavra, a saga humana.
À interrogação do estado do espaço beirão em causa nos séculos XII-XIV, a doutora Maria da
Graça Vicente responde com um formidável levantamento documental e diz-nos muito. O núcleo
do trabalho [
] mostra-nos um espaço a repovoar-se nos séculos em causa sob o sistema
senhorial e confirma a ideia do movimento Norte/Sul da Reconquista no século XII [
]. A
organização territorial dependeu: da organização concelhia em que D. Sancho I enquadrou os
recém-chegados; das Ordens Militares que auxiliaram a Reconquista; e da Sé Egitaniense,
que representava o lastro antigo, visigótico e moçárabe [
]
Fica, pois, adiante, [
] um renovado espelho de um grande pedaço do mundo medieval beirão:
como os homens se relacionavam com a terra e esta ditava as suas hierarquias de acordo à
dimensão dos recursos explorados. A autora prestou uma particular atenção, nunca antes
dada, à Ordem do Hospital, pois os seus territórios cortavam este espaço de leste para
oeste, formando um enclave de considerável dimensão, trazendo à colação muita documentação
original.
[António dos Santos Pereira, (do Prefácio)]
A doação da Idanha e Monsanto, à Ordem do Templo (1165), definiu um espaço imenso entre
três rios, o Zêzere, o Tejo e o Erges, seguindo-se a criação do grande município da
Covilhã, e outorga do respetivo foral (1186) que alargava os territórios de Portugal nesta
região. Seguiram-se duas outras doações que ampliaram, por vezes sobrepondo-se, o campo de
acção da jovem monarquia portuguesa, nas duas margens do Tejo. Referimo-nos às doações
das terras da Guidimtesta (1194) e da Herdade da Açafa (1199) que ajudaram a desenhar um
núcleo capaz de ser caracterizado como de senhorial e municipal. Nele foram sendo
inscritas as marcas evidentes da presença e esforço das gentes que, na sua apropriação e
adaptação ao meio natural, lentamente o transformaram em paisagens humanizadas.