Detalhes do Produto
- Editora: Assírio & Alvim
- Coleção: O Imaginário
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- Ano: 2000
- ISBN: 9789723706031
- Número de páginas: 144
- Capa: Brochado
Sinopse
Thomas Bernhard, um dos escritores mais controversos e mais originais da moderna literatura austríaca, descreve nesta obra de carácter autobiográfico a sua relação de amizade com Paul Wittgenstein, um sobrinho do notável filósofo Ludwig Wittgenstein. O narrador passa em revista alguns dos episódios mais empolgantes ou impressivos dessa amizade e inicia o seu relato num momento repleto de significado, aquele em que ambos se encontram ocasionalmente internados no mesmo hospital de Viena, o narrador no serviço de doenças pulmonares e Paul na unidade de psiquiatria. Cada um levado, portanto, pela enfermidade que o acompanhou durante toda a vida: Thomas Bernhard sofria de uma doença pulmonar, que se foi agravando até à sua morte em 1989; Paul Wittgenstein, espírito brilhante, profundo conhecedor de música e apaixonado pela ópera, era com frequência atacado por perturbações mentais, que obrigavam ao seu internamento num hospital psiquiátrico. Ambos tinham, porém, em comum os interesses artísticos, o prazer da crítica, resultante da observação do mundo que os rodeava, a paixão das conversas de natureza filosófica. Paul, pertencente a uma das famílias mais ricas da Aústria, morreu na miséria, porque “deitou muitos milhões pela janela fora”. E a essa miséria juntou-se, nos seus últimos tempos, a decadência física, de tal modo que o narrador, como ele próprio confessa, já nem tinha coragem para o visitar, “com medo de ser directamente confrontado com a morte”. “Duzentos amigos irão ao meu enterro e tu tens de proferir um elogio fúnebre”, dissera um dia Paul ao amigo. Mas este, que não estava na Aústria quando ele morreu, nem sequer ainda foi, diz no final, “ver a sua sepultura”.
O Sobrinho de Wittgensteiné uma narrativa de grande humanidade, mas ao mesmo tempo plena de ironia, de humor e salpicada de episódios jocosos ou grotescos, aos quais não faltam a crítica acesa e o desassombro provocatório ou sarcástico, no melhor estilo de Thomas Bernhard.
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