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Sinopse

A 1 de Fevereiro de 2008 assinala-se o centenário do assassínio do rei D. Carlos I e do príncipe herdeiro, D. Luís Filipe. Dois proeminentes historiadores da nova geração - Maria Alice Samara e Rui Tavares - registam os factos da efeméride e interpretam as suas circunstâncias e consequências.

No primeiro ensaio, «Memória do Atentado», de Maria Alice Samara, constrói-se o roteiro do evento que viria a alterar de forma indelével a história de Portugal, descrevendo-se o palco, as personagens e os acontecimentos, recorrendo ao testemunho dos principais escritores, políticos e jornais da época: «Certo é que até aos dias de hoje, cem anos depois, há ainda peguntas por responder. É, sem dúvida, importante procurar conhecer a verdade sobre os factos, ou, pelo menos, encontrar uma linha coerente de explicação dos mesmos. Mas, para além disso, é fundamental analisar as diferentes vozes que tomaram posições em relação a este acontecimento central, para uns, traumático, para outros, quase libertador.»

Em «O Atentado Iconográfico», Rui Tavares seleccionou uma vasta colecção de imagens - fotografias e gravuras - publicadas na «Ilustração Portuguesa», usando-as como mote para um texto que explora o modo como o regicídio português foi recebido e tratado nesta importante revista, até à deflagração da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Trata-se de um guia das representações iconográficas do atentado que revela a forma como os acontecimentos foram recebidos e comunicados em Portugal e por todo o resto do mundo, e que nos dá a conhecer os modos de fazer reportagem jornalística no começo do século XX. O traço dominante: a sagacidade e subtileza de humor, mesmo nos assuntos mais inesperados: «De repente, a Europa descobria que as suas cabeças coroadas podiam ser assassinadas em plena luz do dia e que os acontecimentos andavam mais depressa do que era possível apanhá-los. Talvez fosse a isto que chamavam tempos modernos.»

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Autor

Rui Tavares

Rui Tavares (Lisboa, 1972) é licenciado em História pela Universidade Nova de Lisboa, com mestrado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e doutoramento pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris. Autor de vários livros, entre os quais o Pequeno Livro do Grande Terramoto —prémio RTP/Público de melhor ensaio de 2005 e com dezenas de reimpressões até hoje — e O Censor Iluminado — premiado pela Academia da História Portuguesa como melhor livro de história de Portugal em 2019. Actualmente professor associado convidado na Universidade Nova de Lisboa, foi investigador visitante na Universidade de Nova Iorque (2016) e no Instituto Universitário Europeu de Florença (2018), bem como professor visitante na Brown University (2018) e na Universidade de Massachusetts (2020). É o autor do programa televisivo de divulgação histórica Memória Fotográfica (RTP, 2018) e do podcast de história Agora, agora e mais agora (Público, 2020).


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